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Mercados financeiros hoje: investidores repercutem veto à PL da desoneração

No exterior, fôlego é curto na volta do feriado

Bolsa. Foto: Pixabay
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Um pronunciamento à imprensa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no escritório da pasta em São Paulo, deve concentrar as atenções na abertura dos mercados locais. O ministro fala sobre o veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Projeto de Lei da desoneração da folha.

A sexta-feira pós feriado nos Estados Unidos pode ser de liquidez reduzida em Nova York, onde as bolsas e o mercado de Treasuries têm fechamento antecipado. Sem indicadores de peso na agenda do dia, os investidores vão repercutir os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) americanos preliminares de novembro.

No exterior, EUA devem ter pouca liquidez

Os índices futuros em NY operam sem direção única, com fôlego curto, após o feriado americano, mas a sessão deve ser abreviada nesta Black Friday e há expectativas pelos PMIs dos EUA, após avanço dos mercados à vista na quarta-feira com as perspectivas de uma pausa no aperto do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e de cortes juros no primeiro semestre do próximo ano.

Na Europa, os mercados acionários tiveram abertura em geral negativa, mas o humor melhorou e o quadro é misto, com Londres em baixa, após indicadores da Alemanha e um evento com a presença da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que reiterou que a batalha contra inflação não está encerrada, mas houve grande progresso.

O euro reduziu ganhos de mais cedo, na esteira do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, que contraiu 0,1% no terceiro trimestre ante o anterior, como esperado por analistas. No Japão, a bolsa de Tóquio subiu e o dólar oscila com viés de alta frente o iene, após o núcleo da inflação ao consumidor em outubro no país vir abaixo da previsão, colaborando para certo otimismo. Além disso, o PMI composto japonês preliminar caiu de 50,5 em outubro para 50, em novembro – patamar neutro que aponta para estabilidade da atividade.

No Brasil, foco segue nas medidas arrecadatórias do governo

Os investidores vão monitorar o fôlego curto dos mercados no exterior, mas o rumo dos negócios poderá ser dado por Haddad e a repercussão na Bolsa do novo Plano Estratégico da Petrobras. O Diário Oficial da União publica hoje o veto integral do presidente Lula ao projeto de lei da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia até 2017, numa vitória para Haddad, que quer usar esses recursos para pôr as contas do governo em ordem. Porém, há forte pressão dos 17 setores pela desoneração, e o Congresso poderá ter votos suficientes para derrubar o veto e restituir o benefício às empresas.

Para destravar a principal proposta arrecadatória do governo, a Medida Provisória da Subvenção – que pode render R$ 35,3 bilhões em 2024, o Ministério da Fazenda negocia com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma série de concessões no texto, além da possibilidade de as empresas parcelarem débitos passados, via a chamada transação tributária, com descontos no valor da dívida.

O cenário fiscal é a maior preocupação com o Brasil hoje, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento da Endeavor, ontem à noite. Mas ele disse estar otimista e que “o País tem chance de ser a grande estrela no nosso bloco”. A subida dos rendimentos dos Treasuries deve afetar ainda a precificação da curva de juros, enquanto sinais mistos do dólar em relação a moedas emergentes e ligadas a commodities podem adicionar volatilidade aos negócios no mercado de câmbio.

*Agência Estado