Mercado

Mercados financeiros hoje: meta fiscal continua no radar

Os investidores acompanham ainda os desdobramentos da reunião entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o dos Estados Unidos, Joe Biden

Sede da Bolsa de Valores em São Paulo, com telão mostrando as cotações das ações. Foto: Divulgação/B3
Sede da Bolsa de Valores em São Paulo, com telão mostrando as cotações das ações. Foto: Divulgação/B3

Na volta do feriado local, os investidores ficam atentos ao encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro Fernando Haddad (Fazenda), em meio a expectativas sobre a posição do governo em relação à meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024.

Inflação nos EUA fica estável em outubro e tira pressão sobre juros

Também serão monitoradas as duas sessões da reunião trimestral dos economistas com os diretores do Banco Central Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais); Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução) e Diogo Abry Guillen (Política Econômica) no Rio.

Com a agenda local de indicadores vazia, alguns dados dos Estados Unidos, como a produção industrial em outubro, e discursos de vários dirigentes do Federal Reserve (Federal Reserve, o banco central americano) devem ainda orientar os negócios nos mercados nesta quinta-feira.

Exterior em leve queda, em meio à realização de lucros

Os futuros de Nova York e as bolsas europeias caem na maioria nesta manhã, após avançarem ontem em meio à desaceleração da inflação ao produtor nos EUA e do índice de preços ao consumidor no Reino Unido, que elevaram as apostas de fim do aperto monetário nos dois países.

Os investidores conduzem uma leve realização de lucros, enquanto os juros dos Treasuries recuam e o dólar oscila perto da estabilidade ante moedas rivais, na esteira ainda da aprovação pelo Senado americano do pacote de leis a fim de evitar a paralisação do governo (shutdown), no fim da quarta-feira.

Na China, as bolsas recuaram. O preço médio das moradias novas na China cedeu em ritmo mais rápido em outubro, segundo cálculos do Wall Street Journal, mesmo em meio a estímulos oficiais para apoiar o consumo e atrair mais investimento estrangeiro.

Os investidores acompanham ainda os desdobramentos da reunião entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o dos Estados Unidos, Joe Biden, em São Francisco. Os líderes expuseram diferenças, mas também falaram sobre cooperação bilateral.

No Brasil, investidores ajustam posições na volta do feriado

Apesar da cautela moderada lá fora, os mercados podem se ajustar ao tom favorável visto ontem em Nova York em meio ao feriado local, após a desaceleração da inflação ao produtor nos EUA, dados chineses positivos, como as vendas no varejo e a produção industrial – ambos acima das expectativas, e valorização de metais, como o minério de ferro.

Também o Banco do Povo da China (PBoC) manteve o juro da linha de empréstimo de médio prazo (MLF) de 1 ano em 2,5%, e injetou 1,45 trilhão de yuans no sistema.

Sem indicadores internos relevantes, os mercados devem aguardar ainda a posição do governo sobre a meta de zerar o déficit fiscal de 2024. O Estadão apurou que a tendência no momento é de o governo Lula não mexer na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 para mudar a meta agora e esperar para ver como vão terminar as medidas arrecadatórias no Congresso.

O prazo para apresentação de emenda à LDO se esgota nesta sexta-feira. A mudança, se necessária, pode ser feita na tramitação do projeto de Orçamento do próximo ano, o que tradicionalmente costuma ser a última votação em dezembro, antes do recesso parlamentar de fim do ano.

*Agência Estado

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