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Nasdaq cai 5% na semana. Entenda o que está acontecendo com ações das big tech

Correção no mercado de tecnologia levanta dúvidas sobre valuations e riscos de bolha em IA. Veja as análises de especialistas e o impacto para investidores

Após meses de alta impulsionada pela inteligência artificial (IA), o setor de tecnologia enfrenta uma semana de forte correção. A queda das ações das gigantes do setor reacendeu debates sobre valuations, riscos de bolha e perspectivas para os próximos meses. De acordo com especialistas, o movimento não era totalmente inesperado, mas traz sinais importantes para investidores.

O que está acontecendo com as ações de tecnologia?

O Nasdaq Composite recua 5% na semana até agora (sexta-feira, 12h de Brasília). Com isso, esta pode ser a pior semana para o índice desde abril, no Liberation Day, data em que o presidente americano Donald Trump anunciou sua política tarifária, segundo o Wall Street Journal.

Empresas do grupo “Magnificent Seven” puxam o índice para baixo. Os papéis da gigante Nvidia, que produz chips usados em aplicações de inteligência artificial, acumulam perdas de 11% na semana. A Microsoft cai 4,7% na semana, enquanto Amazon recua 6%, Meta cai 7,5% e Alphabet, a dona do Google, tem desvalorização de 1,2%.

Outras empresas ligadas à IA caíram ainda mais: a Palantir despencou cerca de 15%, enquanto Super Micro Computer perdeu 25% de seu valor.

Esse cenário reflete a preocupação crescente de que o rali da IA tenha levado as ações a níveis excessivamente altos.

Por que essa correção não surpreende?

Segundo o site Barron’s, aponta que uma pausa no chamado “AI trade” já era esperada. Grandes investidores, incluindo Michael Burry (famoso pelo filme The Big Short), vêm alertando para valuations esticados, que deixaram as ações dessas empresas caras demais.

Burry abriu posições vendidas contra Nvidia e Palantir, reforçando a percepção de que parte do mercado pode estar em território de bolha.

Outro indicador sugere o risco de uma bolha: um índice criado pelo vencedor do prêmio Nobel Robert Shiller. O índice analisa o lucro das empresas, ajustado pela inflação, no período de 10 anos, e os compara com o preço das ações (similar ao índice preço/lucro). Esse indicador acaba de ultrapassar 40 pela segunda vez na história — a primeira foi em 1999, no auge da bolha das pontocom. Esse patamar indica que as ações estão muito caras em relação aos lucros, sugerindo retornos reais baixos ou negativos nos próximos dez anos. Embora alguns argumentem que as empresas atuais são mais lucrativas, há riscos: segundo o WSJ, para que os valuations dessas empresas voltem à média, algo terá de acontecer – ou os lucros sobem de forma relevante, ou os preços das ações caem.

Também nesta semana, o CEO do Goldman Sachs, David Solomon, alertou para a uma “provável” queda de 10% a 20% nos mercados acionários em algum momento nos próximos dois anos.

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