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Petróleo dispara com novas tensões no Oriente Médio; entenda

EUA e Reino Unido atacaram instalações militares dos Houthis no Iêmen

Petróleo, Opep. Foto: Pixabay
Os contratos futuro de petróleo para dezembro abriram a sessão de hoje em leve queda. O movimento é considerado uma correção técnica, após o barril ter subido mais de 4% ontem. Foto: Pixabay

As cotações do petróleo amanheceram em disparada nesta sexta-feira (12/01), após um bombardeio feito por uma coalizão entre Estados Unidos e Reino Unido a instalações militares do grupo Houthi, que atua no Iêmen e tem o apoio do Irã.

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Foram atingidos centros logísticos, sistemas de defesa aérea e locais de armazenamento e lançamento de armas. A ação militar ocorreu dias após uma série de ataques dos rebeldes a navios no Mar Vermelho, o que inviabilizou uma das principais rotas comerciais globais, que fica entre o Golfo de Áden e o Canal de Suez, justamente a ligação marítima da Europa com a Ásia.

“Não hesitarei em tomar medidas adicionais para proteger o nosso povo e o livre fluxo do comércio internacional, conforme necessário”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. “A resposta da comunidade internacional a estes ataques imprudentes tem sido unida e resoluta”, acrescentou.

Reação do mercado

Em meio à escalada de tensões na região, os preços de petróleo chegaram a subir mais de 4% nesta manhã, levando a cotação do barril WTI para fevereiro, na Nymex, a mais de US$ 75, e o preço do Brent para março, na ICE, a mais de US$ 80.

Segundo informações da Reuters, pelo menos quarto cargueiros da commodity tiveram de ser desviados do Mar Vermelho nesta madrugada por causa dos ataques. Ainda seguindo a agência internacional de notícias, duas das principais empresas de transporte marítimo, a Maersk e a Hapag Lloyd, comemoraram as medidas para proteger a região. No entanto, as companhias não confirmaram que os ataques dos EUA e da Grã-Bretanha seriam suficientes para a volta da rota pelo Canal de Suez, a mais rápida entre a Ásia e a Europa, que representa cerca de 12% do tráfego global de contâiners.

Preocupações com oferta de petróleo

Os ataques dos EUA e do Reino Unido aumentaram as preocupações do mercado sobre uma possível ampliação da guerra entre Israel e Hamas no Médio Oriente. Os preços da commodity têm se mantido em relativa estabilidade desde o início do conflito, em outubro do ano passado. Além do entendimento que a guerra ficaria restrita à região pouco expressiva na produção de petróleo, o mercado também avaliava que há um equilíbrio entre oferta e demanda internacionais.

No entanto, com as recentes movimentações no Iêmen, o mercado passou a temer interrupções no transporte marítimo do combustível na região.

“A probabilidade que vários países produtores de petróleo se envolvam no conflito é definitivamente maior hoje do que era ontem. E ontem era mais alta do que no dia anterior”, disse Robert Yawger, vice-presidente de energia da Mizuho Securities, à CNN.

No Brasil, ações de petrolíferas operam em alta

Em um efeito dominó, as ações de petrolíferas na B3 registram valorização neta sexta-feira. Mais cedo, o papel da Petrobras ON subia 1,34%, enquanto as ações preferenciais subiam 1,50%. Outras petrolíferas também se valorizavam: Prio (+2,31%), PetroReconcavo (+1,82%) e 3R (+1,92%).

*Com Agência Estado

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