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Moraes proíbe bloqueio de vias em atos; mercado aguarda medidas econômicas

Ministro do STF determinou que autoridades prendam quem ocupar e obstruir vias. Investidores aguardam notícias na área econômica que devem ser anunciadas até sexta

Ministro Alexandre de Moraes
Nesta quarta-feira, 11/01, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que as autoridades de todo o país impeçam qualquer tentativa de bloqueio de vias públicas ou rodovias. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O mercado financeiro brasileiro segue cauteloso diante de um cenário ainda tenso em Brasília, após os atos antidemocráticos no fim de semana. Os investidores aguardam ainda medidas econômicas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que devem ser anunciadas até o fim da semana.

“Em meio a notícias de que poderá ocorrer novas manifestações golpistas, governo tenta voltar ao trabalho e pode anunciar medidas na área econômica para redução do déficit público”, afirma o relatório da LCA Consultores.

Nesta quarta-feira, 11/01, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que as autoridades de todo o país impeçam qualquer tentativa de bloqueio de vias públicas ou rodovias, além dos acessos a prédios públicos.

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A decisão prevê multa de R$ 20 mil para pessoas físicas e R$ 100 mil para empresas que descumprirem essas ordens e até a prisão em flagrante. O despacho determina também que o aplicativo de mensagens Telegram deve bloquear canais e perfis ligados à convocação de atos.

No seu despacho, o ministro do Supremo afirmou que a convocação de novos atos – informada ao STF pela Advocacia-Geral da União – aponta para a existência da organização criminosa voltada ao ataque à democracia.

“Essa organização criminosa, ostensivamente, atenta contra a Democracia e o Estado de Direito, especificamente contra o Poder Judiciário e em especial contra o Supremo Tribunal Federal, pleiteando a cassação de seus membros e o próprio fechamento da Corte Máxima do País, com o retorno da Ditadura e o afastamento da fiel observância da Constituição Federal da República”.

Lula se reúne com autoridades

O presidente Lula se reuniu hoje no Palácio do Planalto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Ele agradeceu a aprovação do decreto de intervenção na segurança do Distrito Federal e afirmou que um grupo de “pessoas alopradas” ainda não entendeu que a eleição de 2022 acabou.

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“O que aconteceu aqui eu até não gostaria de pensar em golpe, eu até gostaria de pensar numa coisa menor, quem sabe um grupo de pessoas alopradas que ainda não entendeu que a eleição acabou, que ainda não querem aceitar que a urna eletrônica é possivelmente o modelo eleitoral mais perfeito que a gente tem em todos os países do mundo”, disse o presidente.

Interventor anuncia medidas de segurança

O interventor de Segurança Pública no DF, Ricardo Cappelli, anunciou medidas de segurança para possíveis novos atos golpistas como o fechamento da Esplanada dos Ministérios e pontos de revista a partir de um importante via da capital federal.            

“A Esplanada já está sendo fechada para a circulação de veículos. Vai haver barreiras, revistas e bloqueios. (…) Nós estamos com todo efetivo da segurança pública do Distrito Federal mobilizado, em operação articulada, com o apoio de toda inteligência da Polícia Federal. (…) Não há hipótese de se repetir o que aconteceu”, afirmou.

Afastamento governador do DF

O Supremo formou hoje maioria para manter as decisões do ministro Alexandre de Moraes tomadas diante dos atos organizados por radicais em Brasília. Dentre elas está o afastamento de Ibaneis Rocha do cargo de governador do Distrito Federal por 90 dias.

A determinação de prisão preventiva do ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, e do ex-comandante da PM da capital federal, Fábio Augusto Vieira, também foi mantida pelo STF. As decisões foram tomadas no plenário virtual.