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Petróleo mais caro por causa da guerra entre Israel e Hamas pode reduzir PIB mundial

FMI calcula que avanço de 10% no preço da commodity pode reduzir crescimento global em 0,15% e elevar a inflação mundial em 0,4%. Petróleo passa por correção nesta terça-feira

Petróleo, Opep. Foto: Pixabay
Os contratos futuro de petróleo para dezembro abriram a sessão de hoje em leve queda. O movimento é considerado uma correção técnica, após o barril ter subido mais de 4% ontem. Foto: Pixabay

A aversão ao risco ainda impera no mercado financeiro mundial diante das incertezas trazidas pela guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Apesar de uma melhora no cenário de curto prazo, com o não espalhamento do conflito para outras regiões do Oriente Médio, a guerra pode trazer consequências para a economia mundial, impactada pelos juros elevados e à invasão da Ucrânia.

Um relatório divulgado nesta terça-feira, 10/10, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve crescer 3% neste ano, ritmo mais lento que o avanço de 3,5% em 2022.  

Esse menor crescimento da economia pode ser ainda mais prejudicado pelo impacto da escalada na violência entre Israel e o Hamas, diante do efeito direto do conflito nos preços do petróleo.

Segundo cálculos do economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, um aumento de 10% nos preços do petróleo reduziria o crescimento do PIB global em 0,15% e elevaria a inflação em 0,4%.

“Vimos isso em crises e conflitos anteriores. E, claro, isso reflete o potencial risco de que possa haver perturbação na produção ou no transporte de petróleo na região”, afirmou Pierre durante uma entrevista para apresentar o Panorama Econômico Mundial.

Sobre outras consequências econômicas advindas da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, Pierre-Olivier Gourinchas afirmou que ainda é “muito cedo para avaliar”, e que a situação é “monitorada de perto” pelo FMI.

“Penso que temos que ser cautelosos. Ainda é muito cedo para realmente avaliar qual poderá ser o impacto [da guerra]”.

Preços do barril de petróleo

Os contratos futuro de petróleo para dezembro abriram a sessão de hoje em leve queda. O movimento é considerado uma correção técnica, após o barril ter subido mais de 4% ontem.

Às 11h, barril do Brent, referência global, estava em leve queda de 0,87%, a US$ 87,38. Já o WTI, referência americana, também com entrega para dezembro era cotado em baixa de 0,53%, a US$ 84,15.

A principal preocupação dos investidores é se o conflito vai ficar restrito a Israel e a Faixa de Gaza ou pode se propagar para outras regiões do Oriente Médio, grandes produtoras de petróleo.

O Irã, por exemplo, é um importante produtor mundial da commodity e um ferrenho apoiador do grupo terrorista Hamas. O país também tem relações conturbadas com os Estados Unidos, principal aliado de Israel, o que poderia restringir embarques.

Economia mundial e do Brasil

Apesar da guerra na Ucrânia, dos juros ainda em patamares elevados para controlar a inflação e os efeitos da pandemia de Covid-19, o economista-chefe do FMI disse que a economia mundial tem demonstrado uma “notável resiliência”,            

Para o Brasil, o FMI acredita que o PIB deve avançar 3,1% em 2023, ante 2,1% no relatório divulgado em julho. Para o ano que vem, o crescimento deve ser mais modesto, na casa de 1,5%.

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