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PIB dos EUA cresce 4,9% no 3º trimestre e afasta temor de recessão

É o maior avanço desde 2021, reflexo do aumento nos gastos do consumidor, que saltaram 4%, valor mais alto em dois anos. Índice de preços do consumo desacelerou

A economia dos Estados Unidos cresceu no 3º trimestre com o ritmo mais rápido em dois anos, puxada pela escalada nos gastos dos consumidores. Essa melhora afastou a possibilidade do país entrar em uma recessão em 2023.

O Produto Interno Bruto (PIB) avançou a uma taxa anualizada de 4,9%, mais que o dobro do ritmo do 2º trimestre, de 2,1%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 26/10, pelo Departamento de Comércio Americano.

O resultado veio acima do crescimento de 4,7% esperado pelos economistas e teve como principal motor os gastos dos consumidores, que saltou 4%. Esse é o maior aumento desde 2021.

Segundo o relatório do Departamento de Comércio, a melhora também foi puxada pelo aumento dos “investimento em estoque privado, exportações, gastos de governos estaduais e locais, gastos do governo federal e investimento fixo residencial”.

PIB – EUA (Taxa anualizada)

Fonte: U.S. Bureau of Labor Statistics

Pelo lado da inflação, apesar da aumento de 2,9% do índice geral entre julho e setembro – face aos 2,5% no período anterior – quando se exclui alimentos e energia, o preço das despesas pessoais caiu de 3,7% para um ritmo de 2,4%.            

A maior economia do mundo, no entanto, se manteve firme diante dos preços elevados e do aumento nos custos de empréstimos – impactados pela alta nos rendimento das Treasuries, os títulos do Tesouro americano.

O mercado de trabalho resiliente segue como o principal responsável pela força da economia americana, com o aumento na procura por vagas. No entanto, esse é um dos problemas enfrentados pelo Federal Reserve, que tenta a todo custo esfriar a economia.

Na quarta-feira que vem, 01/11, os membros do Banco Central dos Estados Unidos se reúnem para definir se apertam mais os juros, ou mantém as taxas no intervalo entre 5,25% e 5,50%, maior patamar em mais de duas décadas.  

Apesar dessa melhora do PIB, muitos economistas esperam uma perda de ritmo da economia americana nos próximos trimestres. Isso deve acontecer à medida que o custo dos empréstimos passe a limitar as compras de produtos mais caros.

Para o economista-chefe da FHN Financial, Chris Low, se a inflação seguir acima da meta de 2%, o BC pode a adotar uma política monetária mais restritiva. “Um crescimento tão forte não força um aumento das taxas na próxima semana, mas significa que o Fed indicará que ainda está contemplando taxas mais altas”, afirmou em entrevista a agência Bloomberg.

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