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Por que dados de emprego são importantes para decisão da Selic?

A relação entre desemprego e a taxa Selic ocorre tanto de forma direta quanto indireta

A decisão da Selic, a taxa básica de juros no Brasil, depende de muitos fatores. Além dos dados de inflação, outros números são levados em conta, como o desemprego no país. Segundo Arnóbio Durães, professor da FIA Business School, a importância desse indicador reside no fato de que o nível de desemprego reflete o estado da economia, indicando se está em expansão ou contração.

Isso porque, explica o professor, quando a taxa de desemprego é alta, geralmente significa que há menos consumo e investimento, o que pode levar a uma desaceleração econômica. Em contrapartida, taxas de desemprego muito baixas podem gerar pressões inflacionárias, já que a demanda por bens e serviços pode crescer mais rápido do que a oferta, elevando os preços.

Assim, a relação entre desemprego e juros ocorre tanto de forma direta quanto indireta. Diretamente, quando o desemprego está elevado, o Banco Central pode optar por reduzir as taxas de juros para estimular o consumo e o investimento, facilitando o acesso ao crédito. Essa ação tende a impulsionar a atividade econômica, gerando mais empregos. 

“Indiretamente, o nível de desemprego também influencia as expectativas inflacionárias. Se a economia está superaquecida e o desemprego é muito baixo, há o risco de aumento da inflação. Nesse cenário, a autoridade monetária pode aumentar os juros para conter a demanda e evitar o descontrole dos preços”, aponta Durães.

Portanto, ele destaca que os dados de desemprego são fundamentais para a análise macroeconômica e têm uma forte relação com as decisões de política monetária, uma vez que influenciam diretamente o consumo, o investimento e as expectativas inflacionárias, todos elementos cruciais na definição das taxas de juros.

Dados que impactam a decisão da Selic

De acordo com o professor da FIA Business School, além dos dados de desemprego, outros fatores são levados em consideração na decisão sobre a taxa de juros, como a inflação, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a balança comercial, o câmbio, as expectativas de mercado, e os indicadores de confiança do consumidor e das empresas. 

“A inflação, em particular, tem uma relação crítica com os juros, já que o controle inflacionário é uma das principais missões da política monetária. O objetivo é encontrar um equilíbrio entre o crescimento econômico sustentável e a manutenção da inflação dentro de metas previamente estabelecidas”, afirma.

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