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Prévia da inflação, IPCA-15 desacelera e reforça expectativa de corte na Selic

O indicador subiu 0,21% em outubro, após ter avançado 0,35% em setembro

Cálculadora com cédulas de Real e moeda de 1 real ao fundo apoiados sobre uma mesa
IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação. Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil

Com a desaceleração da inflação, o mercado financeiro brasileiro deve reforçar as expectativas de corte na Selic na semana que vem. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,21% em outubro, após ter avançado 0,35% em setembro.

Divulgado na manhã desta quinta-feira (26/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 é considerado pelo mercado uma prévia da inflação oficial do país.

O resultado veio de acordo com as expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam aumento de 0,14% a 0,34%. No acumulado dos últimos 12 meses, já considerando o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 registrou um aumento de 5,05%, ante taxa de 5,00% até setembro.

Apesar de os números terem sido considerados positivos pelo mercado, investidores não esperam uma aceleração no ciclo de cortes da Selic. A próxima reunião do Copom acontece na semana que vem, e as previsões apontam para um novo corte de 0,5 ponto porcentual.

“A leitura da inflação de meio de mês em outubro, de 5,05% no acumulado de 12 meses, confirma que a recente alta da inflação passou do pico e pavimenta o caminho para um novo corte de 50 pontos-base da Selic (para 12,25%) na decisão do Banco Central da semana que vem”, diz o economista-chefe para mercados emergentes da consultoria, William Jackson.

“Avaliamos que qualitativamente a abertura do índice foi benigna, mas isoladamente nos parece precoce para avalizar uma intensificação do ritmo de corte de juros”, afirmou, em nota, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

IPCA-15 por setores

De acordo com o IBG, sete dos nove grupos pesquisados registraram alta em outubro. A maior variação (0,78%) veio de Transportes pelo segundo mês consecutivo. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,44% em outubro, após avanço de 4,85% no mês anterior. A gasolina caiu 0,56%, após ter registrado alta de 5,18% em setembro, enquanto o etanol recuou 0,27% nesta leitura, após queda de 1,41% na última.

Os grupos Saúde e cuidados pessoais (0,28%) e Habitação (0,26%) também registraram alta.

No lado das quedas, os preços do grupo Alimentação e bebidas (-0,31%) recuaram pelo quinto mês consecutivo. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,07 ponto porcentual para o IPCA-15, que subiu 0,21% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,52% em outubro, após ter recuado 1,25% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,21%, ante alta de 0,46% em setembro.

Os demais grupos ficaram entre a queda de Comunicação (-0,29%) e a alta de Despesas Pessoais (0,31%).

*Agência Estado

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