Projeção de inflação vai a 5,96% neste ano em meio a discussão da nova regra fiscal
Estimativa volta a subir, após duas quedas seguidas. Com o resultado do Focus, IPCA segue bem acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central para 2023 que é de 4,75%
Na primeira divulgação do boletim Focus, do Banco Central (BC), nesta segunda-feira, 03/04 – após o governo federal apresentar as novas regras fiscais – os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação para 2023. Segundo a projeção, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, subiu de 5,93% para 5,96%.
O aumento na expectativa de inflação veio após duas quedas consecutivas. O resultado segue acima do teto de meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que é de 4,75%.
Na semana passada, Ministério da Fazenda divulgou o novo arcabouço fiscal, que tem na arrecadação e nos gastos o seu principal foco. Em um primeiro momento, as novas regras agradaram os investidores. No entanto, os economistas fazem as contas e discutem se as metas de déficit primário (receitas menos despesas) estabelecidas pelo governo são críveis de serem alcançadas.
Em relação a novos anúncios pela equipe econômica – e que podem mexer nas trajetórias de inflação do Focus – os analistas da XP destacam o pacote que deve aumentar o recolhimento de impostos. “O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncia esta semana um pacote de até R$ 150 bilhões para aumentar a arrecadação de impostos. O foco será fechar brechas que permitem que certos setores paguem menos impostos do que outros”.
Para 2024, a projeção se manteve em 4,13% na semana passada; o mesmo caso para 2025 que ficou em 4%. Nos dois casos, a estimativa de inflação segue superior à meta de 3% para os dois anos que são perseguidas pelo BC.
O Focus é publicado todas as segundas-feiras com as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor pautar as suas conversas no início da semana e corrigir ou confirmar estratégias no mercado de ativos.
Selic
Para o fim de 2023, o mercado financeiro manteve estável a expectativa para a taxa básica de juros, a Selic, em 12,75% ao ano. A projeção ficou estacionada apesar da sinalização do Copom de que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado.
Para o fim de 2024, a estimativa para o juro básico da economia ficou estável em 10% ao ano; e 9% em 2025.
Produto Interno Bruto
A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, num determinado período, e serve para medir a evolução da economia, ficou estável em 0,90% na última semana.
Para 2024, no entanto, a previsão de crescimento da economia brasileira foi elevada de 1,40% para 1,48%. Para 2025, subiu de 1,71% para 1,80%.
No ano passado, o país cresceu 2,9%, após encolher 0,2% no quarto trimestre, ante o terceiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no início de março.
Dólar
A estimativa para a moeda americana no fim de 2023 permaneceu em R$ 5,25. Para o fim de 2024, ficou estável em R$ 5,30.
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