Taxa de desemprego fica em 7,6% no trimestre até janeiro, menor para o período desde 2015
Renda média real do trabalhador cresceu na comparação com igual período do ano passado
A taxa de desocupação do trimestre encerrado em janeiro de 2024 ficou em 7,6%. Esse resultado é o menor para o período desde 2015. O índice está abaixo do registrado no trimestre terminado em janeiro de 2023 (8,4%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (29) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, de 7,8%. No trimestre encerrado em dezembro de 2023, a taxa de desocupação estava em 7,4%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.078 no trimestre encerrado em janeiro, um aumento de 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para Igor Cadilhac, economista do PicPay, “esse é mais um resultado que mostra a resiliência do mercado de trabalho brasileiro, que volta a ficar em patamares próximos do mínimo recente”. Quanto aos salários, o economista aponta que o aumento marginal foi resultado principalmente do setor público formal. “Pensando, agora, nas suas implicações para o cenário de inflação de médio prazo, a dinâmica traz alguma preocupação, sobretudo com a nova regra do salário mínimo”, afirmou, em nota.
A população desocupada, ou seja, aqueles que estavam em busca de trabalho, chegou a 8,3 milhões, estável na comparação trimestral e recuando 7,8% (menos 703 mil pessoas) em 12 meses.
“De modo geral, a leitura qualitativa do indicador é de que o mercado de trabalho segue forte e com uma composição saudável, recuperando suas características intrínsecas. Olhando à frente, entendemos que os efeitos defasados da política monetária contribuirão para uma desaceleração da atividade econômica e um consequente aumento da taxa de desemprego, que ainda resistirá em patamares historicamente baixos por mais um bom tempo”, completa Cadilhac.
Para o economista da G5 Partners, Pedro Crispim, essa queda reforça que a dinâmica benigna para o mercado de trabalho deve permanecer ao longo de todo ano de 2024. O cenário, acrescenta Crispim, dialoga com o prospecto positivo que a G5 tem para a atividade doméstica neste ano. A casa projeta crescimento de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024.
“Parece que estamos caminhando para uma taxa de desemprego de equilíbrio que é mais baixa, em relação à média histórica”, pontua o economista.
Ocupação
O número de trabalhadores ocupados chegou a 100,6 milhões, o que representa alta de 0,4% (ou mais 387 mil pessoas) ante o trimestre encerrado em outubro de 2023 e de 2% (mais 1,957 milhão de pessoas) em 12 meses.
Na comparação com trimestres móveis, os grupamentos de atividade que ajudaram a subir a ocupação foram transporte, armazenagem e correio (4,5%, ou mais 247 mil pessoas), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (1,9%, ou mais 241 mil pessoas) e outros serviços (3,1%, ou mais 164 mil pessoas).
De acordo com a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, é comum uma estabilidade da população ocupada no trimestre encerrado em janeiro, ou até mesmo uma queda dessa população, mas não foi o que aconteceu em 2024. “Pelo contrário, vemos uma expansão da ocupação”, apontou.
O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado chegou a 38 milhões, alta de 0,9% (ou mais 335 mil trabalhadores) entre os trimestres seguidos e de 3,1% (ou mais 1,1 milhão) ante o mesmo período do ano passado.
Informalidade
Já a quantidade de empregados sem carteira no setor privado (13,4 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 2,6% (mais 335 mil pessoas) no ano.
A taxa de informalidade foi de 39% da população ocupada. Isso representa 39,2 milhões de trabalhadores informais. O percentual é estável em relação ao mesmo trimestre móvel de 2023.
O rendimento real do trabalhador fechou janeiro de 2024 em R$ 3.078. Esse valor aponta alta de 1,6% no trimestre e 3,8% em 12 meses.
A Pnad Contínua traz informações de uma amostra de 211 mil domicílios de 26 estados e do Distrito Federal.
*Com informações da Agência Estado e da Agência Brasil
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