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Vendas do varejo crescem 0,6% em setembro impulsionadas por supermercados

Melhora do mercado de trabalho e da renda levou os brasileiros às compras de alimentos e itens de primeira necessidade. Vestuário ainda não conseguiu surfar na alta dos salários

Corredor de supermercado. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A PMC nasceu em 1995, onde coletava dados apenas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A melhora no mercado de trabalho e o aumento do rendimento médio dos brasileiros impulsionou o varejo em setembro, que avançou 0,6% ante agosto, diante do aumento nas vendas de produtos alimentícios e supermercados, que têm forte peso no índice.

O resultado veio acima do esperado pelo mercado, que estimava uma queda de 0,1%, a mesma registrada em agosto. No entanto, o setor de Supermercados e Alimentos avançou 1,6% e alavancou o indicador – já que a atividade tem peso de 56% no comércio.

O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, explicou que o crescimento do setor supermercadista acabou tirando o varejo da estabilidade.

“A escolha orçamentária das famílias está voltada para os itens de primeiras necessidades. Com o aumento da população ocupada e da massa de rendimento, as pessoas estão usando o rendimento habitual para os gastos em hiper e supermercados e não está sobrando para concentrar em outras atividades”.

No ano, o comércio varejista acumula alta de 1,8% e segue 4,9% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020). Os números foram divulgados nesta quarta-feira, 08/11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na semana passada, a Pesquisa Nacional por Amostra de Dominicio (PNAD) mostrou que a renda média dos trabalhadores ficou em R$ 2.982 no 3º trimestre, avanço de 1,7% em relação aos três meses anteriores. Já a taxa de desemprego caiu para 7,7%.

As outras atividades que cresceram em setembro foram: Móveis e Eletrodomésticos, com alta de 2,1% e Artigos farmacêuticos e perfumaria, que cresceu 0,4%.

Cinco atividades recuaram em setembro

Embora a melhora da renda e do emprego tenha impulsionado o consumo de produtos de primeira necessidade, ainda não foi suficiente para alavancar a venda de outros segmentos.

O maior impacto negativo veio das vendas de Combustíveis e lubrificantes, que recuou 1,7%, após dois meses em alta. A atividade tem o segundo maior impacto no varejo, mas foi surpreendida pela inflação.

“Houve crescimento de receita dos postos de gasolina, mas não o suficiente para ganhar da inflação”, explica o gerente do IBGE.

As vendas de Tecidos, vestuário e calçados recuaram 1,1%. Também houve queda nas atividades de Livros, jornais, revistas (-1,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%) – que inclui lojas de departamento – e Equipamentos e material para escritório (-0,1%).

Varejo Ampliado

No comércio varejista ampliado, as vendas avançaram 0,2% em setembro, ante agosto. O setor de Veículos e motos recuou 0,9% e o de Material de construção caiu 2%.