Objetivos financeiros

Como se planejar financeiramente para ter filhos

Planejamento financeiro é fundamental para proporcionar um ambiente saudável à criança e ao casal

A busca pela realização de um sonho é, muitas vezes, uma porta de entrada para a educação financeira. Afinal, além de evitar dívidas, saber lidar com o dinheiro é fundamental para a conquista de objetivos pessoais.

Dentro do núcleo familiar, as finanças podem ser um problema, mas também a solução. No dia 12 de outubro é comemorado o Dia das Crianças e uma decisão que afeta diretamente o bolso de uma família é se o casal pretende ter filhos ou não. Caso queira, se planejar financeiramente vai ajudar a proporcionar um ambiente mais saudável tanto para a criança quanto para os pais.

Gustavo Moreira, planejador financeiro CFP e especialista em investimento, entende que o primeiro passo é ter uma base sólida. “Antes mesmo de pensar nos gastos futuros com a criança, acredito que seja essencial criar uma reserva de emergência equivalente a pelo menos seis meses de despesas. Isso traz segurança caso aconteça algo inesperado, como a perda de emprego e qualquer outra emergência”, diz.

Para Caio Castro, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, o casal deve conversar para entender se, com um novo integrante na família, será possível manter o padrão de vida ou se estão dispostos a viver de uma forma mais econômica.

“A capacidade de manutenção do padrão de vida da família após a chegada dos filhos deve ser o principal aspecto, pois a situação financeira pode ser o maior causador de crises e desavenças entres os pais e isso com certeza irá refletir no bem-estar da família como um todo. Por isso a importância de estarem estabilizados na geração de renda, seja salário ou outras rendas”, completa.

O que levar em consideração antes de ter filhos

Como o custo de vida da família deve aumentar com a chegada de uma criança, é importante colocar na ponta do lápis novos gastos que surgirão, como:

  1. Pré-natal e consultas médicas: as consultas médicas durante a gestação, exames de sangue, ultrassonografias e outros testes são essenciais para a saúde da mãe e do bebê.
  2. Parto: os custos do parto podem variar bastante, dependendo se será normal ou cesárea, e do tipo de hospital ou clínica escolhidos.
  3. Materiais para o bebê:
    • Roupas: o bebê cresce rapidamente, então será necessário comprar roupas em diferentes tamanhos.
    • Fraldas: fraldas descartáveis ou de pano, além de produtos de higiene.
    • Alimentação: se a mãe amamentar, pode precisar de uma bomba de leite. Se o bebê tomar fórmula, considerar o custo das mamadeiras e do leite em pó.
    • Móveis e utensílios: berço, trocador, cadeirinha para carro, carrinho de bebê, entre outros.
  4. Saúde: consultas pediátricas regulares, vacinas e possíveis emergências médicas podem gerar despesas.
  5. Cuidados com higiene: produtos como sabonetes, cremes e loções.
  6. Educação: é importante considerar despesas com creches e escolas, que podem ser significativas.
  7. Ajustes na rotina familiar: ajustes em carga de trabalho ou a opção de parar de trabalhar por um período impactam a renda familiar.
  8. Seguro de saúde: se a opção da família for um plano de saúde, o planejamento deve considerar esse custo.
  9. Despesas imprevistas: sempre é bom reservar uma quantia para gastos que podem surgir de forma inesperada, como emergências médicas.
  10. Lazer e atividades: à medida que a criança cresce, haverá custos adicionais com atividades extracurriculares, viagens em família e entretenimento.

“A ideia é ter clareza de como esses gastos vão evoluir ao longo dos anos e tentar montar um planejamento que não traga sustos”, afirma Moreira.

Quando começar a investir e onde aplicar o dinheiro

Os dois especialistas concordam que o planejamento vai depender da realidade de cada família. Porém, o que é certo é que, quanto antes começar a se planejar, melhor.

“Se possível, começar o planejamento antes mesmo da criança nascer já dá uma tranquilidade enorme. Isso porque, quando temos mais tempo, conseguimos aportar valores menores por mês e, assim, atingir um bom montante lá na frente. O efeito dos juros compostos pode trazer resultados surpreendentes, e quem começa cedo colhe os melhores frutos”, analisa Moreira.

Castro ressalta, inclusive, que conversar sobre dinheiro como casal desde o começo do relacionamento vai ajudar na tomada de decisões importantes da vida, como a de ter filhos. “Se desde o início o casal compartilhar as finanças e a responsabilidade em criar patrimônio juntos, a tendência é que a decisão de ter filhos aconteça naturalmente, sem a pressão e o medo de não conseguir dar a segurança financeira que desejam para os filhos”, diz.

Seja para criar uma reserva de emergência ou para atingir algum objetivo específico para os filhos, existem diversos ativos que podem contribuir para esse planejamento.

“Prefiro começar com a renda fixa: CDBs, Tesouro Selic, fundos DI, todos com liquidez e baixo risco. Isso garante que o dinheiro esteja disponível em caso de necessidade. Depois que a reserva de emergência está bem construída, podemos pensar em produtos que tragam um pouco mais de rentabilidade, como Tesouro IPCA+ ou até fundos de previdência bem estruturados”, ressalta Gustavo Moreira.

Um ativo que é pensado justamente na criação dos filhos é o Tesouro Educa+. Desenhado para gerar renda para custear estudos, o produto tem vencimentos anuais desde 2026 até 2043 e permite que o investidor faça a escolha de acordo com o início dos estudos dos filhos. Os títulos garantem proteção contra efeitos da inflação, com correção pelo IPCA, além de uma rentabilidade real, e proporciona ao investidor uma renda mensal por cinco anos.

“Eu vejo o Educa+ como uma ferramenta muito interessante. Ele permite investir pensando no futuro educacional dos filhos, com um prazo definido e uma remuneração que acompanha a inflação. Isso ajuda a garantir que, lá na frente, o dinheiro mantenha o poder de compra, mesmo que tudo fique mais caro”, conclui Moreira.

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