Objetivos financeiros

Empréstimo: quais tipos de crédito existem?

Existe uma opção mais adequada dependendo da quantia, do prazo e do objetivo de quem precisa de um dinheiro extra

Pessoa sacando dinheiro do caixa eletrônico.
Caixa libera abono salarial. Foto: Divulgação

Não é incomum ficar sem dinheiro ou não ter o suficiente para uma compra que se deseja fazer. Assim nasce o crédito, ou o empréstimo de dinheiro a juros, para que as pessoas possam concretizar planos como comprar um carro, uma casa ou mesmo fazer o curso ou a viagem dos sonhos.

Os tipos de crédito podem variar de acordo com quem está precisando de dinheiro – se é uma empresa ou uma pessoa. Aqui, vamos falar dos tipos mais comuns para pessoas físicas: empréstimo pessoal, crédito consignado, financiamento, crédito consolidado, consórcio e até cheque especial e cartão de crédito. Cada um é indicado para uma função e um prazo específicos e vale a pena ficar de olho para não pagar mais caro pelo dinheiro.

Empréstimo pessoal

Considerado um dos modelos de crédito mais simples de ser contratado, o empréstimo pessoal é indicado para momentos em que a pessoa necessita de pouco dinheiro e poderá quitar a dívida rapidamente.

O valor é concedido por bancos, fintechs ou por corretoras e cooperativas de crédito, independentemente da finalidade, com taxas de juros que podem variar de acordo com a instituição e o tempo de quitação.

Ele funciona do seguinte modo: o consumidor solicita uma determinada quantia sem precisar oferecer uma garantia para isso. Esse crédito fica sujeito a um prazo para quitação e a taxas de juros. Normalmente, é possível fazer uma simulação do valor, do prazo e dos juros.

Depois, o consumidor concede alguns dados, que passam por uma análise de crédito. O credor avalia se a renda da pessoa é compatível com as parcelas do empréstimo, se ela já tem outras dívidas, se deixou de honrar algum compromisso financeiro e foi parar em um cadastro de devedores, por exemplo. Essa avaliação gera uma nota de crédito do cliente, que vai determinar se ele pode ou não obter o empréstimo e, eventualmente, em quais condições de custo e prazo.

Empréstimo consignado

Usado principalmente para quitação de outras dívidas, como de cartão de crédito ou de cheque especial, o empréstimo consignado costuma ter condições melhores de taxas de juros e prazos. Isso porque o credor tem uma garantia de recebimento: as parcelas são descontadas diretamente do salário ou do benefício do INSS, no caso de pessoas aposentadas.

Esse tipo de crédito pode ser contratado por funcionários públicos, colaboradores com carteira assinada e aposentados. O empréstimo consignado tem limite de parcela de pagamento em 30% do salário, e pode ser contratado pela internet, assim como o empréstimo pessoal.

Financiamento

O financiamento é o tipo de crédito a que se recorre quando as quantias são mais altas e já se tem uma finalidade definida para o dinheiro, geralmente para aquisição de bens como imóveis e veículos.

Por se tratar de um modelo em que, normalmente, é cedido um valor mais alto, o financiamento pode ser uma modalidade mais burocrática. A pessoa passa por uma minuciosa análise de crédito, e a garantia do pagamento é o próprio bem adquirido com o empréstimo, criando um vínculo de longo prazo entre o cliente e a instituição credora.

O financiamento imobiliário pode ter condições especiais dentro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com requisitos específicos e taxas de juros mais baixas do que outras modalidades.

Crédito consolidado

O crédito consolidado tem uma característica específica, por se tratar de uma modalidade em que é possível reunir diversas dívidas ou outros créditos em uma única parcela. Por esse motivo, ele é usado por pessoas que já estão com diversas outras dívidas e contas, como forma de simplificar o pagamento. Comumente, o credor exige um bem como garantia, como carro ou imóvel, ao disponibilizar esse tipo de crédito.

É uma modalidade bastante rara no Brasil atualmente, mas pode ser encontrada em outros países, como em Portugal, por exemplo.

Consórcio

O consórcio é um tipo diferenciado de crédito: funciona como um autofinanciamento coletivo focado em conquistas no longo prazo.

Nele, as pessoas se reúnem para poupar em grupo e adquirir um bem sem juros e 100% parcelado. O que se cobra é uma taxa de administração, geralmente de valor baixo, para que a administradora garanta a contemplação para todos os membros do grupo.

Esse tipo de crédito é usado geralmente para quem deseja comprar um carro ou um imóvel, por exemplo. Durante os meses ou anos em que durar o contrato, é sorteada uma pessoa por vez para ficar com o total do valor arrecadado até aquele momento e comprar o bem.

Cartão de crédito e cheque especial

O cartão de crédito é ideal para compras do dia a dia desde que usado de forma responsável e consciente. Ele facilita compras a prazo e concentra os pagamentos numa única data, mas é preciso ter cuidado: é um tipo de crédito que, muitas vezes, o consumidor nem percebe que está usando.

Se não for capaz de fazer o pagamento total da fatura do mês, o cliente entrará nos chamados juros rotativos, os mais caros do mercado. A conta pode facilmente sair de controle com uma taxa, que dependendo da instituição, pode chegar a 1000% ao ano, segundo relatório do Banco Central de julho de 2022. Os juros do cheque especial também são caros: podendo chegar a 150% ao ano, a depender do banco. Por isso, as duas formas de crédito devem ser usadas em último caso, por períodos curtos de tempo.

Como base de comparação, a taxa de juros média anual cobrada pelo sistema financeiro nas operações de crédito está em 27,7%. Ou seja, se você entrou no vermelho em uma dessas duas modalidades, avalie pedir um crédito pessoal para quitar a dívida e conseguir fazer os pagamentos a custos mais baixos.

Clique aqui para entender melhor o que são juros, seus tipos e modalidades.

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