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Investidores brasileiros lideram investimentos em ‘vacation home’ em Orlando, diz JujuDiCasa

Designer de interiores e corretora de imóveis que atrai diversas celebridades nos EUA, ela conta as tendências do mercado imobiliário

JujuDiCasa conta tendências do mercado imobiliário nos EUA. Foto: Assessoria
JujuDiCasa conta tendências do mercado imobiliário nos EUA. Foto: Assessoria

Ela saiu de Santos (SP), no litoral paulista, para realizar a vontade do pai, que era vê-la estudar medicina nos EUA, só que no caminho se tornou designer de interiores e corretora de imóveis. Hoje, ela atende diversas celebridades na Flórida e participa até de eventos mais pessoais de famosos, como o aniversário da cantora Anitta. Tudo fruto do trabalho de Juliana Fernandes, mais conhecida como JujuDiCasa, no mercado imobiliário americano.

Em entrevista exclusiva ao Bora Investir, Juju conta a tendência do mercado imobiliário nos EUA, em que os brasileiros lideram o ranking como investidores em vacation home em Orlando – conhecido como casa de férias. “O brasileiro está investindo muito em vacation home pela rentabilidade. Hoje é muito fácil comprar um imóvel no exterior”, afirma.

Segundo a empresa de consultoria imobiliária norte-americana Faccin Investments, os brasileiros despontam em primeiro lugar entre os compradores de casas mais caras na Flórida. O levantamento mostra um preço médio de compra avaliado em US$ 489.519, e o estudo indica uma preferência por casas unifamiliares nessas regiões.

Fonte: Faccin Investments

A pesquisa mostra que, entre agosto de 2022 e julho de 2023, o mercado imobiliário na Flórida teve uma redução nas compras por clientes estrangeiros. Quando comparado com os 12 meses anteriores, a diminuição chega a 18% no número de transações. Porém, os brasileiros continuam sendo um público favorito no investimento de imóveis nos EUA.

Juju destaca as diferenças entre os brasileiros e americanos nas etapas para adquirir um imóvel, principalmente se for financiado. Um detalhe, por exemplo: só é possível comprar uma casa se for na pessoa jurídica, e não física. Para evitar esses transtornos, ela atua em cada etapa do processo do começo ao fim. 

Esse diferencial foi o que atraiu diversas celebridades como Larissa Manoela, Ivete Sangalo, Anitta, Silvio Santos, entre outros. “O mesmo que eu faço para as celebridades eu faço para os outros. Não tem tratamento especial e nem diferença”.

Confira os principais trechos da entrevista a seguir.

Bora: O que atrai investidores no sul da Flórida?

Juliana Fernandes: São as casas de férias. Principalmente em Orlando, mas na Flórida em geral, o famoso vacation home – casa de férias que aluga para turistas por temporada. Por que os EUA ganham muito dinheiro com esse turismo? Porque a Flórida é vista como o ‘parque do mundo’. O Mickey vai ser sempre o Mickey. Todos os países estão aqui. Não tem mais alta temporada, é o ano inteiro assim. É um mercado que vem crescendo muito pelo turismo e pelos investidores.

Bora: Quem são os maiores compradores de imóveis em Orlando?

Juliana: Os brasileiros são nº 1 em investimento imobiliário, em vacation home. Como cliente para alugar ele aparece em 7º lugar, mas para comprar casa ele é um dos primeiros. Então, o brasileiro está investindo muito em vacation home pela rentabilidade.

Bora: Quem pode comprar um imóvel nos EUA?

Juliana: Hoje é muito fácil comprar um imóvel. Qualquer brasileiro pode fazer a aquisição com apenas 30% de entrada. Não precisa ter documento americano, o que precisa é ter passaporte, endereço, e-mail, telefone e, claro, dinheiro da entrada. Com 30% do valor do bem, além de usá-lo e passar as férias lá, o imóvel está se pagando, ou seja, a prestação se paga. Isso atrai os investidores, principalmente o brasileiro.

Bora: Qual investimento traz mais rentabilidade?

Juliana: Temos vários tipos de investimentos, mas o que dá maior rentabilidade, que é campeão de vendas, são as famosas casas de nove e dez dormitórios. Uma casa dessas custa, em média, US$ 1 milhão. Você dá US$ 300 mil de entrada. Só que a rentabilidade dessa casa é incrível. Além dela se pagar, você não tira mais dinheiro do bolso. Então, ainda vai sobrar um bom valor por mês. O que eles [investidores] fazem? Eles vão amortizando o financiamento. Nos EUA, você faz o financiamento em 30 anos.

Bora: Depois disso, o que o investidor pode fazer para manter o lucro do investimento?

Juliana: Hoje, eu tenho clientes com cartelas de casas. É muito raro um cliente com uma casa, apenas. Ele compra a primeira e vê isso como um negócio. Assim, ele compra a segunda, terceira e quarta, e tudo financiado. Além dele [investidor] dolarizar o dinheiro, um imóvel é sempre um imóvel. O imóvel está se valorizando, porque o mercado americano não tem erro, é muito aquecido, principalmente em Orlando e Miami. O mercado imobiliário aqui nem na pandemia foi afetado. É um investimento que atrai muita atenção. Eu dei esse exemplo do imóvel de US$ 1 milhão, mas tem outros preços para quem quer investir menos, tem por US$ 300 mil ou US$ 200 mil. Valor tem para todos os bolsos e tipos de investimentos.

Bora: Como financiar imóvel nos EUA? E comparado ao Brasil? 

Juliana: Eu atendo clientes que procuram casas tanto para morar quanto para investimentos. Isso é trabalhar com sonhos. Então, meu primeiro desafio nos EUA foi a cultura, entender todo esse processo, e entender, também, o gosto do cliente. Eu atendo muitos clientes brasileiros que compram nos EUA, mas que deseconhecem como as leis e transações imobiliárias são completamente diferentes por aqui comparadas às regras do Brasil. O americano já está acostumado, e quando eu atendo é muito mais fácil.

Bora: Quais são as principais diferenças do Brasil para os EUA? Em quais detalhes se deve ficar atento?

Juliana: As diferenças são muitas. Por exemplo, se você perde uma data tem perigo de perder o seu depósito. Mas no Brasil não é assim. Então, esse é um desafio muito grande no financiamento. Por isso que precisa ter um bom corretor que entenda bem as leis americanas. Nos EUA, se for comprar uma casa de investimento, já não pode colocar o nome em pessoa física, e sim na jurídica.

Bora: Quais os seus diferenciais em relação às vendas de imóveis para investidores e celebridades?

Juliana: Você tem que ter um diferencial em qualquer profissão. Hoje tenho minha imobiliária e minha própria empresa de design e atendo o cliente do começo ao fim. Atendo desde a compra da casa, auxilio no financiamento, na abertura de conta, no envio do dinheiro do Brasil para cá [nos EUA]. Então, são etapas que envolvem vários profissionais, mas eu consigo juntar tudo em um só lugar. Ajudo na abertura de empresa aqui porque você vai precisar financiar a casa com nome jurídico. E o closing – que é o fechamento do negócio – facilitou muito depois da pandemia, que agora é remoto. O cliente não precisa mais estar aqui.

Depois da compra vem a parte da decoração da casa e o auxilio a cuidar da casa do começo ao fim. Eu comecei a mostrar a entrega das casas no meu canal do YouTube. Os clientes não estão esperando chegar em casa e serem recebidos. Se ele chegar ao País e não tiver ninguém para buscá-lo, eu tenho uma equipe que fará isso.

Bora: Como famosos se tornam clientes?

Juliana: O mesmo que eu faço para as celebridades eu faço para os outros. Não ofereço tratamento especial e nem diferença entre as pessoas. Hoje eu atendo muitas celebridades e jogadores de futebol e nem preciso mais fazer propaganda porque está no boca a boca. Já ouviu falar em alguém que só comprou a casa e entrou com jantar na mesa e, se tem criança, tem Minnie e Mickey na casa? Então, nós fazemos tudo isso.

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