Com a Selic a 15% ao ano, quanto tempo leva para dobrar seu investimento?
Entender seus objetivos financeiros é essencial para decidir onde investir
Investir R$ 1 mil e receber R$ 2 mil lá na frente pode parecer um sonho distante. Mas, com paciência e estratégia, o investidor brasileiro pode dobrar seu patrimônio em cerca de cinco anos – sem precisar correr grandes riscos. Isso porque, com a taxa de juros a 15% ao ano, um investimento inicial tende a dobrar nesse período. E é justamente esse o patamar atual da Selic.
Selic mais alta por mais tempo: como isso afeta seus investimentos?
Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica em 15% ao ano e sinalizou que ela deve continuar elevada por um tempo. O cenário abre oportunidades especialmente interessantes para quem investe em renda fixa.
“Deixando seu dinheiro no Tesouro Selic, com a taxa a 15% ao ano, o patrimônio dobra em cinco anos. Isso ainda sem descontar imposto de renda e eventuais taxas, mas é a conta que as pessoas costumam fazer”, afirma Marcos Milan, professor da FIA Business School.
Mas essa conta simples não mostra toda a história – e o investidor não deve contar com a Selic nesse nível por todo o período. “Quando o Banco Central divulga o relatório Focus, os agentes do mercado fazem projeções para até quatro anos”, lembra Milan, que destaca o alto grau de incerteza para prazos maiores.
Outro ponto essencial é considerar o rendimento real, ou seja, o ganho acima da inflação. Para o professor, uma boa referência para o longo prazo é buscar uma rentabilidade de pelo menos 5% acima do IPCA. “Hoje, em um recorte específico de tempo, há ativos pagando IPCA +9%. Mas ninguém deve contar com essa taxa pelos próximos 30 anos. Por conservadorismo, se conseguir IPCA +5% ao ano, já está ótimo”, afirma.
Alternativas para investir melhor
Além de acompanhar a inflação, é preciso considerar seus objetivos financeiros e pensar na melhor forma de alocar os recursos. “Investir é como ir ao mercado: você tem uma lista e sabe qual carne é ideal para uma receita, qual produto de limpeza resolve seu problema. Mas, no mercado financeiro, muitas pessoas vão às compras sem lista, por falta de conhecimento e estratégia”, compara Milan. “O fundamental é fazer a lição de casa: entender por que estou investindo. Essa resposta nos dá o horizonte de tempo e o esforço mensal necessário para alcançar os objetivos.”
Ele sugere organizar os investimentos em três frentes: reserva de emergência, projetos de curto e médio prazo (de 2 a 3 anos) e aposentadoria.
Para a reserva, o ideal são opções com liquidez diária e baixo risco, como o Tesouro Selic ou CDBs com resgate imediato. “Para objetivos nos próximos dois ou três anos, não é preciso sair da renda fixa. Dá para olhar CDBs, LCIs e LCAs com prazos compatíveis”, afirma. “Já para horizontes mais longos, vale considerar ativos como criptomoedas, ações, ETFs e fundos imobiliários”, conclui o professor.
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