Investir melhor

Como a IA pode contribuir para melhorar as análises de investimentos?

Adesão à IA no universo de investimentos foi tema de debate na Bridgewise AInvest 2024, edição Brasil, evento realizado pela fintech israelense Bridgewise com a B3

O avanço da tecnologia coloca a Inteligência Artificial (IA) cada vez mais no cotidiano das pessoas. E essa relação não é diferente no universo dos investimentos, principalmente entre analistas e as ferramentas de IA.

No Bridgewise AInvest 2024, edição Brasil, evento realizado pela fintech israelense Bridgewise e pela B3, agentes do mercado destacaram os benefícios e desafios de lidar com a IA ao analisar os investimentos.

Ilan Furman, diretor de investimentos da Bridgewise, afirmou que acredita que o trabalho humano de análise de investimentos não terá fim com a ferramenta, mas que ela servirá para auxiliar e potencializar novos profissionais.

“Os analistas humanos não serão substituídos pela IA, mas por outros humanos que saibam usá-la da melhor forma”, diz.

Victor Montezuma, CFO na Suno, ressalta que, em todas as indústrias, a tecnologia veio para levar a melhor comodidade e produtividade. “Em investimentos, não é diferente, a tecnologia não vem para substituir o analista, mas para gerar produtividade a ele no trabalho e uma comodidade maior ao investidor final”.

Já Juliana Nogueira, CEO da Guide Investimentos, destaca que a interação entre analistas humanos e IA é um caminho sem volta. “Com ele, pode-se atuar de uma forma muito mais precisa nas análises. É possível personalizar mais as análises com base no perfil do seu cliente”.

IA e a democratização de informação e investimentos

O Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Bridgewise no Brasil, Thiago Guedes, ressaltou que o momento atual do mundo é de investimentos que não têm fronteiras, onde pode-se investir em qualquer lugar do mundo com cada vez mais facilidade.

Porém, ele aponta que apenas 20% das ações globais possuem cobertura de analistas e que três bolsas do mundo concentram 50% do valor de mercado (market cap) total, o que mostra ainda uma concentração de investimentos muito grande. Isso, somado ao fato de as principais casas de análises apenas produzirem conteúdo em inglês.

“A IA vem para democratizar a informação acessível em qualquer idioma, já que muitas empresas no mundo fazem análise, mas nem todo conhecimento é entregue igualmente”, afirma.

Além da disponibilidade de acesso a documentos seguros traduzidos, Rogério Santana, head de Relacionamento com o Cliente na B3, aponta como a tecnologia pode gerar mais conteúdo aos analistas.

“A cobertura é muito definida pela demanda dos investidores, então a IA pode facilitar um universo de cobertura maior. Com a tecnologia, os analistas conseguem ir além para identificar, compilar e organizar todas as informações e dados para criar melhores análises”, afirma.

Para José Cataldo, head de Research na Ágora Investimentos, a IA traz, além da maior quantidade de dados, também a otimização do tempo dos analistas. “O capital humano é importante para conhecer e analisar os dados que a IA nos permite ter, e levar uma comunicação assertiva”.

Esse por fim, é o desafio apontado por Nogueira: o bom uso da ferramenta, identificando se os dados são seguros ou tendenciosos, para entregar uma análise completa e confiável.

“A tecnologia é um meio para levar a informação, que é o ponto chave para trazer novos investidores para o mercado financeiro”, completa a CEO da Guide Investimentos.

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