Fundos imobiliários: 2024 começou aquecido para setor de escritórios
A vacância de lajes corporativas tem caído e está em torno de 20%, ainda acima do considerado positivo para FIIs, mas em trajetória de queda
O ano de 2024 começou com boas notícias para os fundos imobiliários que atuam no setor de escritórios. De acordo com Giancarlo Nicastro, da SiiLA, o primeiro trimestre, que costuma ser o mais lento do ano para o segmento, já mostrou resultados positivos na comparação com 2023, em termos de redução de vacância, absorção de imóveis corporativos e preço dos aluguéis. Com essa perspectiva, o mercado deve entrar no terceiro trimestre – historicamente o mais forte – mostrando recuperação.
Nicastro compartilhou alguns números do mercado durante o FII Experience, evento realizado pela Suno. De acordo com os dados da SiiLA, a atividade construtiva não parou e os preços começaram a se recuperar, dos R$ 87 por metro quadrado para R$ 92 atualmente.
“A movimentação está voltando e o preço está se recuperando um pouco. A gente continua acreditando no setor, que está se recuperando, talvez não na ansiedade que o mercado quer, mas está voltando”, disse.
Segundo ele, as regiões no entorno das avenidas Juscelino Kubitschek e Faria Lima, em São Paulo, são as que se destacam no momento, com taxa de vacância menor. No entanto, ele acredita que a perspectiva é boa também para a região da Chucri Zaidan, outro polo de escritórios na capital paulista.
Falando sobre os locatários, Nicastro afirmou que o setor que mais devolveu espaços de escritório na pandemia de covid-19 foi o financeiro. “É o setor que tem maior relevância na ocupação de escritórios, e foi o que mais voltou a ocupar lajes”, afirmou. Além do financeiro, os setores imobiliários e de tecnologia são outros importantes locatários de escritórios, mas ainda não voltaram ao nível de ocupação pré-pandemia, apesar de estarem próximos desse patamar.
Ciclos longos dos FIIs
Outro ponto levantado por Nicastro foi a questão dos ciclos do mercado imobiliário serem longos, algo visto muitas vezes como negativo. No entanto, ele deu outra perspectiva para esse fato. “Como o ciclo é longo, quando a gente projeta a taxa de vacância caindo, o ciclo de comprar terreno e aprovar um projeto também é longo, em torno de quatro a cinco anos para comprar [o terreno] e desenvolver o imóvel”, afirmou. Ou seja, se a vacância é baixa atualmente, irá demorar para que novos imóveis estejam disponíveis – o que poderá aumentar a vacância.
Martin Jaco, da BGR, concorda. “O fato de o ciclo ser longo faz comq eu se consiga planejar muito mais, você sabe o que vem de concorrência nos próximos quatro a cinco anos”, afirmou.
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