“Objetivo de investir é tentar ganhar dinheiro acima da inflação”, diz CIO do Itaú Unibanco
McCarthy destacou a importância investir pensando em um horizonte de 12 a 18 meses
Em um cenário econômico marcado pela volatilidade global, Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Unibanco, enfatiza que o principal objetivo de qualquer investidor deveria ser o de obter retornos acima da inflação. Durante evento online promovido pelo Íon Itaú, McCarthy abordou os desafios de navegar por mercados incertos, alertando para a importância de se equilibrar risco e rentabilidade ao investir.
McCarthy destacou a importância de pensar em um horizonte de 12 a 18 meses, e alertou para os riscos de focar no curto prazo e fazer grandes mudanças na carteira de uma só vez.
Ele lembrou que nos Estados Unidos, historicamente, é preciso investir em ativos mais arriscados para conseguir ganhos acima da inflação. Mas o caminho não é tranquilo. “Há dois tipos de classes de ativo: bolsas ou taxas de juros em crédito. E dentro dessas categorias, há muitas subcategorias”, diz. “A bolsa americana está entre os melhores ativos do mundo quando a gente olha para janelas mais longas, e tem rendido mais ou menos 8,5% ao ano (nominal) ao longo das últimas décadas. Isso é o equivalente a inflação mais 6%”.
No entanto, ele enfatiza que não há garantia de retorno, já que mesmo a bolsa americana tem anos de quedas expressivas, como 2020. “Dá para ganhar, mas também tem que fazer um equilíbrio para não tomar decisão equivocada. [A bolsa] vai ter momentos ruins e bons, com certeza”, diz McCarthy. “A pessoa tem que saber se quer ou não ter [bolsa], é uma decisão antes de qualquer coisa”.
Hoje, ele diz que as carteiras recomendadas voltaram a ter uma parcela de 7% alocada em caixa – ou seja, em ativos de alta liquidez e baixo risco. “Provavelmente vamos navegar um pouco assim”, comentou. Além dessa posição em caixa, as carteiras recomendadas estão neutras em outros ativos. “Isso não significa que estejamos pessimistas, mas que tudo está bem precificado”.
Para a frente, a avaliação é de que as taxas de juros terão de ser elevadas, dado que as expectativas de inflação para 2025 e 2026 estão acima da meta. “Não tem jeito, o BC vai subir juros até a expectativa [de inflação] virar para baixo, não tem número mágico (de juros)”, diz. Por causa dessa visão, McCarthy diz ter posições aplicadas em juros reais – renda fixa atrelada à inflação.
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