Por que esses gestores de ações estão otimistas com a bolsa
Momento permite encontrar ações de boas empresas a preços atrativos, dizem gestores da Constellation, IP e Real Investor
Comprar na baixa e vender na alta. Esse conselho sobre como investir na bolsa de valores parece simples à primeira vista, mas é muito mais complicado na prática. Mesmo assim, quem segue a estratégia tende a embolsar bons rendimentos no longo prazo. E o momento atual, de baixa, pode ser uma boa oportunidade para quem olha para esses horizontes de tempo mais longos.
Florian Bartunek, da Constellation, exemplificou esse movimento pela experiência de ver o posicionamento de investidores estrangeiros, que representam cerca de dois terços do capital investido na gestora.
“Eles são bastante vencedores na bolsa brasileira, e vejo alguns motivos. Eles são investidores de longo prazo, são mais pacientes, escolhem bons parceiros no Brasil, e fazem rebalanceamento ativo de portfólio”, diz. “Quando o Brasil está meio mal, eles aplicam. E quando a situação está melhor, resgatam. Esse rebalanceamento ativo, que nada mais é que comprar na baixa e vender na alta, funciona. Mas é uma das coisas mais difíceis de fazer”.
Com essa visão, Bartunek alerta que o momento atual é “claramente de baixa, olhando o valuation das companhias. Mas as empresas estão indo muito bem, a bolsa tem empresas de qualidade”.
Gabriel Raoni, da IP, compartilha dessa visão otimista com os investimentos em renda variável atualmente. “Todas as crises passadas são vistas como oportunidades, as pessoas queriam ter comprado nas crises anteriores. Mas todas as crises do presente são vistas como risco”, destacou, durante o Encontro com Gestores, evento organizado pela Icatu em São Paulo nesta quarta-feira (03/07).
Sobre a concorrência da renda variável com a renda fixa, Cesar Paiva, da Real Investor, diz que vê a bolsa como “uma NTN-B super turbinada”, em alusão aos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. As NTN-Bs são aqueles títulos conhecidos também como Tesouro IPCA+, que ganharam atenção nos últimos meses por estarem oferecendo uma rentabilidade real acima de 6% ao ano, considerado um nível atrativo.
“É muito fácil encontrar alternativas de ações que vão dar uma taxa real de retorno de 15-20% ou mais”, diz Paiva. “Como investidor, momentos como o atual são quando a gente pode comprar ações de empresas muito boas, com perspectivas de crescimento, pouco endividadas e com baixa concorrência [a bons preços]”, diz.
Gabriel Raoni, da IP, comentou também as vantagens de ter na carteira ações de empresas brasileiras e estrangeiras. “A grande vantagem de ter portfólio combinado [entre exterior e Brasil] é navegar durante ciclos de mercado”, diz. “Tem o benefício da diversificação geográfica e de diversificação de modelos de negócios”.
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