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Só 37% dos brasileiros investem e poupança segue como opção preferida até da classe A

Segundo a pesquisa da Anbima e Datafolha, 23% dos brasileiros ainda deixam o dinheiro na poupança

Com ISTOÉ Dinheiro

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Ainda que novas classes de investimentos tenham surgido e que o número de investidores na bolsa de valores tenha multiplicado nos últimos anos, a caderneta de poupança se mantém como o tipo de investimento mais usado no Brasil, segundo levantamento da Anbima junto com o Datafolha.

Segundo a pesquisa da Anbima e Datafolha, 23% dos brasileiros ainda deixam o dinheiro na poupança, número que representa cerca de 32 milhões de pessoas. Esse percentual, no entanto, já é menor do que o registrado na edição anterior da pesquisa, quando a fatia ficou em 25%.

Anbima/Datafolha

Embora a poupança siga no topo da lista, o comportamento do investidor brasileiro começa a se transformar. Hoje, aproximadamente 27 milhões de pessoas já distribuem seus recursos em dois ou mais produtos financeiros, o que aponta para uma mudança no jeito de investir da população.

Os dados também revelam que o espaço ocupado pela caderneta de poupança vem diminuindo. Em 2024, a quantidade de pessoas que mencionaram a poupança de forma espontânea caiu seis pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Essa redução atingiu todas as faixas etárias, mas teve maior impacto entre os mais jovens.

A pesquisa ainda identificou o crescimento de algumas modalidades específicas. Títulos privados, por exemplo, subiram pelo terceiro ano seguido e agora aparecem com 6% das preferências. Os fundos de investimento ocupam a terceira posição, com 5%, ultrapassando as criptomoedas, que perderam participação e ficaram com 4%.

A diversificação dos investimentos é mais frequente nas classes A e B, mas até neste grupo a poupança ainda se  mantém como o principal investimento, citada por 31% dos entrevistados do grupo. Todavia, há uma presença maior de aplicações em títulos privados (15%), fundos (13%), moedas digitais (8%), imóveis (7%) e ações (6%). Já entre os brasileiros das classes C, D e E, a caderneta de poupança segue sendo a escolha dominante.

Anbima/Datafolha

Poupança rende menos que outros investimentos

Porém, com o avanço da tecnologia e o maior acesso à informação, cresce o número de pessoas buscando opções que ofereçam um equilíbrio entre segurança e rentabilidade.

Vale lembrar que a rentabilidade da poupança perde de longe para outros investimentos de renda fixa do mercado. Em abril, o retorno foi de 0,64% no mês e de 7,33% no acumulado em 12 meses.

O rendimento da poupança, pelas regras atuais, prevê que quando a Selic supera 8,5% ao ano (a.a.), o rendimento é de 0,5% ao mês e de 6,17% ao ano somada à Taxa Referencial (TR). Todavia, quando a Selic fica abaixo dos 8,5% a.a. o rendimento é de 70% da taxa Selic, somado à Taxa Referencial (TR).

Poupança é vista como ‘segura’ por quem investe

O levantamento também investigou as expectativas para 2025. Quando perguntados sobre onde pretendem aplicar seus recursos no próximo ano, 21% citaram a poupança. Imóveis ficaram na segunda posição, com 12%. Mesmo assim, produtos como fundos, títulos privados e moedas digitais estão ganhando espaço, especialmente entre os mais novos, o que reforça a tendência de diversificação.

A razão mais comum para escolher esse investimento segue sendo a segurança, mencionada por 24% dos entrevistados, seguida pela facilidade na hora de aplicar (20%) e pela confiança na instituição financeira (19%).

“A poupança ainda é o destino preferido da população brasileira quando falamos de investimento, mas a proporção das pessoas que apontam para a caderneta se reduz a cada ano. Isso ainda é mais acentuado quando olhamos para a parcela mais jovem da população, que conhece mais produtos, diz estar mais disposta a diversificar e tende a ter maior propensão ao risco”, destaca o estudo.

Investimentos por faixa etária

Entre as gerações mais novas, o interesse por outras modalidades financeiras se tornou mais evidente. Jovens com idades entre 16 e 28 anos têm olhado com mais atenção para fundos de investimento, moedas digitais e títulos privados.

Esse grupo se mostra mais aberto a buscar opções variadas e a se familiarizar com diferentes tipos de aplicações, o que deve provocar mudanças mais significativas no mercado nos próximos anos.

A pesquisa foi realizada com 5.846 pessoas, de diferentes faixas sociais e regiões do Brasil, entre os dias 4 e 22 de novembro de 2024. As entrevistas foram feitas presencialmente e o questionário foi aplicado via tablet. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos.

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