Você está poupando pouco para a aposentadoria aos 26 anos, 40 anos ou 55 anos? Descubra
Veja qual será a sua renda dos 65 aos 95 anos caso poupe R$ 600, R$ 1000 ou R$ 1500 por mês
Por Marília Almeida
Todo mundo sabe a importância de investir para a aposentadoria. Mas o que talvez muitos não saibam é que é necessário investir muito para garantir uma renda mínima no futuro.
Você acredita que guardar R$ 300 por mês é suficiente? É melhor repensar. Simulações feitas por Carlos Castro, planejador financeiro certificado pela Planejar, mostram que quem guarda R$ 300 por mês dos 40 anos aos 65 anos aplicando em uma carteira com perfil moderado terá renda de R$ 853 no futuro, menor do que o salário mínimo em São Paulo.
Mesmo que este valor seja complementado pela aposentadoria do INSS, que pagou, na média, R$ 2,5 mil nos último anos, o valor total pode não ser suficiente para manter o padrão de vida desejado no período de inatividade do trabalho.
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O cálculo considera juro real de 4,65% ao ano. Com o valor é possível comprar no futuro as mesmas coisas que seriam compradas hoje, já que o efeito da inflação foi retirado da conta.
Use os juros compostos ao seu favor
Quanto mais cedo a reserva para a aposentadoria começar a ser montada, menos sacrifícios irá exigir no orçamento familiar. Isso porque os investimentos estarão mais expostos aos efeitos dos juros compostos, e permitem que o patrimônio multiplique, pois os rendimentos recaem sobre um valor cada vez maior por mais tempo.
Para quem começa cedo, aos 26 anos, é possível aumentar bastante os rendimentos poupando valores semelhantes, optando por uma carteira com perfil agressivo. A diferença é que o valor será aplicado em uma carteira com maior porção em renda variável.
Veja abaixo quanto alguém precisa poupar para ter uma boa renda caso tenha 26 anos, 40 anos e 55 anos e ainda não começou a investir para a aposentadoria.
A simulação considera que o objetivo seja se aposentar aos 65 anos e o trabalhador viva até os 95 anos e quem tem 55 anos opte por investimentos conservadores (juro real de 3% ao ano), quem tem 40 anos opte por uma carteira com risco moderado (juro real de 4,65% ao ano) e quem tem 26 anos opte por uma carteira com perfil de risco agressivo (juro real de 7,9% ao ano):
Poupança mensal: R$ 600
26 anos
Dinheiro Guardado aos 65 anos: R$ 1.527.127,48
Renda Mensal dos 65 anos aos 95 anos: R$ 10.400
40 anos
Dinheiro Guardado aos 65 anos: R$ 334.431,91
Renda Mensal dos 65 anos aos 95 anos: R$ 1.730
55 anos
Dinheiro Guardado aos 65 anos: R$ 83.668,80
Renda Mensal dos 65 anos aos 95 anos: R$ 350
Poupança mensal: R$ 1.000
26 anos
Dinheiro Guardado aos 65 anos: R$ 2.545.212,47
Renda Mensal dos 65 anos aos 95 anos: R$ 17.300
40 anos
Dinheiro Guardado aos 65 anos: R$ 557.386,52
Renda Mensal dos 65 anos aos 95 anos: R$ 2.850
55 anos
Dinheiro Guardado aos 65 anos: R$ 139.448
Renda Mensal dos 65 anos aos 95 anos: R$ 590
Poupança mensal: R$ 1.500
26 anos
Dinheiro Guardado aos 65 anos: R$ 3.817.818,70
Renda Mensal dos 65 anos aos 95 anos: $ 26.000
40 anos
Dinheiro Guardado aos 65 anos: R$ 836.079,79
Renda Mensal dos 65 anos aos 95 anos: R$ 4.250
55 anos
Dinheiro Guardado aos 65 anos: R$ 209.172
Renda Mensal dos 65 anos aos 95 anos: R$ 880
Veja abaixo as carteiras nas quais as projeções foram baseadas:
Ponderações
As projeções não são promessas de rentabilidade. Afinal, o especialista ressalta que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. “Nossa visão é de quatro anos, mas as usamos em projeção de longo prazo considerando que essas carteiras têm de ser revistas e rebalanceadas, como forma a sustentar o juro real projetado. Atualmente, o recomendado é que sejam revistas pelo menos uma vez por ano”, diz Castro.
Quem nunca investiu para a aposentadoria, mas tem patrimônio, como imóveis, pode diminuir a necessidade de poupar para o futuro caso decida vender o bem e aplicar o valor, recomenda Castro.
“Dessa forma é possível dar maior liquidez ao patrimônio e reduzir riscos, importantes nesta fase da vida”. E, logicamente, quem já tem investimentos para a aposentadoria terá de poupar menos para atingir as rendas das simulações, conforme cada caso.
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Apesar de a expectativa média de vida do brasileiro ser de 77 anos no pós-pandemia, Castro considerou a expectativa de vida de 95 anos porque ela tende a aumentar. “Sob o ponto de vista de planejamento financeiro, usamos entre 90 e 95 anos como se fosse quase vitalício, pois é melhor transferir o patrimônio que sobrar para filhos ou parentes do que faltar”.
Outra ponderação a se fazer é sobre o valor do benefício da aposentadoria pelo INSS. Segundo Castro, talvez esse valor não mude muito no futuro. Contudo, o beneficiário pode demorar mais para ter acesso a ele diante do aumento da expectativa de vida.
“Diante desse cenário existem duas alternativas: poupar mais, considerando que esse valor pode não ser pago a partir dos 65 anos, ou planejar para trabalhar com algo que goste por mais tempo. No caso de um trabalho intelectual ou um negócio próprio, no qual haja maior flexibilidade, essa renda extra contribui para as finanças e também para a longevidade”.
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