Organizar as contas

Cartão de crédito com cashback e investback vale a pena? Veja como avaliar

Saiba quais pontos avaliar em uma oferta de investback e cashback

A Black Friday está chegando e empresas de diversos segmentos já começaram a divulgar promoções para a data. Nos últimos anos, os bancos e corretoras passaram a participar da data e a oferecer benefícios como cashback e investback. Para o investidor, surge uma pergunta importante: será que esses programas realmente valem a pena para o seu bolso?

Como funciona o cashback e o investback

O cashback é um programa de recompensa, em que um percentual do valor gasto retorna para você em crédito para gastar em determinadas compras. Já o investback é uma variação disso: em vez de receber o dinheiro para consumir, a pessoa recebe o porcentual de suas compras em forma de investimento. Por exemplo, se o programa oferece 1% de investback e você gasta R$ 5 mil, R$ 50 vão direto para um investimento.

Vale a pena?

Paula Bazzo, planejadora financeira CFP pela Planejar, ressalta que o mais importante é pesquisar e comparar ofertas. No caso do cashback, verifique o preço dos produtos na loja que oferece esse benefício. “De alguma forma, o cashback está contido no preço dos produtos que estão sendo comercializados”, diz Paula. Então, faça as contas para ver se vale a pena comprar na loja que oferece o cashback e usar o crédito ou se é melhor comprar os produtos que você quer em outros estabelecimentos.

Além disso, Paula lembra que é importante avaliar o seu perfil antes de escolher uma oferta. Se você usa muito o cartão e viaja com frequência, um bom programa de milhas pode ser mais interessante do que o cash ou investback.

Atenção ao mudar seus investimentos para obter investback

Um ponto de alerta é que, muitas vezes, essas ofertas estão condicionadas ao investidor levar parte de seu patrimônio para o novo banco ou corretora. Nesse caso, avalie a possibilidade de fazer a portabilidade de seus investimentos, em vez de resgatar na plataforma atual e reinvestir na nova, diz Paula.

Isso porque o resgate antecipado pode levar ao pagamento de taxas ou à antecipação do pagamento do imposto de renda, o que pode prejudicar seu objetivo de acumulação no longo prazo.

Os alertas: evite armadilhas financeiras

Antes de aceitar as ofertas, também vale tomar alguns cuidados com a quantidade de cartões de crédito que você tem. Paula lembra que quem possui muitos cartões – incluindo os de lojas – pode acabar gastando mais do que imagina em taxas. “Já tive uma cliente que, somando bancos e lojas, tinha 12 cartões de crédito. Mesmo que cada um tenha uma mensalidade barata, esse valor, somado, pode ser alto”, conta.

Outro risco é a famosa “contabilidade mental”, quando a pessoa vê as faturas de diferentes cartões separadas e não percebe o valor total que está gastando. Esse comportamento pode gerar um gatilho de compra ainda maior.

Paula recomenda simplicidade: mais de dois cartões pode ser uma armadilha. Um ou dois cartões são suficientes para quem deseja manter controle, aproveitar os programas e evitar que as faturas se tornem difíceis de gerenciar. Quanto mais simples o gerenciamento, mais fácil é manter a organização financeira.

Compre o que realmente importa

Paula fecha com um conselho direto: a Black Friday pode ser tentadora, mas é importante ter foco. Não é porque vai ter mais cashback ou investback durante essa época que você precisa gastar mais. Use esses programas para aquilo que realmente agrega valor à sua vida e evite o impulso de fazer compras só para ganhar pontos ou dinheiro de volta.

Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.