Organizar as contas

Black Friday ou Black Fraude? Como encontrar bons descontos e evitar a ‘metade do dobro’

Especialistas em finanças pessoais ensinam a aproveitar a Black Friday sem cair em promoções falsas

Homem passando em frente a vitrine
Regras básicas de planejamento financeiro ajudam nas compras de fim de ano. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A Black Friday está chegando e, ano após ano, a fama da data se espalha. Tanto para o número crescente de comércios que a adota quanto para o número de céticos em relação aos descontos oferecidos. Segundo Eliane Habib, co-fundadora da Practa Educação Financeira, a descrença nos eventos é devido a uma prática conhecida como “a metade do dobro”.

Isso acontece quando os comerciantes elevam seus preços algumas semanas antes da Black Friday para derrubá-los ao patamar original na data. E, aí, o produto é vendido como se tivesse um grande desconto. De fato, tem mesmo. Mas o preço de compra está refletindo o preço normal, e não uma oferta de verdade. 

“Nem tudo que está no Black Friday é uma liquidação maravilhosa”, alerta. Por isso, ela recomenda que as compras na data sejam feitas com cuidado e com antecedência. O ideal é fazer uma lista com os itens desejados e conferir seus preços, ao menos, duas semanas antes do dia dos descontos. Quando a Black Friday chegar, aí sim, será possível saber se há uma oferta que vale a pena mesmo. 

E, mesmo na Black Friday, os mandamentos das compras estão valendo: pechinche e faça pesquisa de preço. Se você ainda tem alguma dúvida sobre esses dois temas, aqui no Bora te ensinamos a afiar a lábia para conseguir mais descontos e a comprar os preços para fazer as melhores compras. 

Como não cair em ciladas na Black Friday

Segundo Habib, toda compra da Black Friday deve ser planejada com antecedência tanto para evitar cair na fraude da metade do dobro quanto para evitar as compras impulsivas. “Agora, com a inteligência artificial e os algoritmos personalizados, há uma grande chance de você receber ofertas de Black Friday com produtos que tenham a ver com você”, explica.

Por isso, se a compra não for realmente necessária ou, mesmo que o desconto seja bom mas vá desorganizar suas contas, não compre, diz a especialista. “Só vale a pena se você se programou para a compra. Eu fiz as contas, separei o dinheiro, já vou comprar de qualquer jeito, mas estou aguardando a Black Friday para ver se encontro uma oportunidade melhor”, exemplifica a educadora.

+ Tenho compulsão por compras, e agora?

Além disso, ela destaca que o momento está muito propício para golpes virtuais e fraudes porque, com as telas do celular inundadas de ofertas, um criminoso pode se aproveitar. Por isso, é necessário ter muito cuidado ao clicar em qualquer link e conferir se as lojas são o que elas realmente dizem.

“Se você não achar nada bom, espere. No natal os preços caem de novo e no dia 15 de janeiro ficam ainda mais baratos”, recomenda. 

Como fazer boas compras

Entretanto, existem empresas que, sim, são honestas e dão o verdadeiro desconto, e não a metade do dobro. Segundo Jenni Almeida, CEO da Invest4U e consultora de investimento CVM, as melhores opções para adquirir na Black Friday são as compras em quantidade – aquelas em que se leva um monte para durar por meses e meses.

Alguns exemplos são fraldas, produtos de higiene pessoal, descartáveis, mantimentos não perecíveis e eletrodomésticos. Ela conta que os móveis e os equipamentos eletrônicos tendem a ser os mais beneficiados com as liquidações. “Se você tá com alguma coisa quebrada em casa, a hora de trocar pode ser agora”, recomenda.

Quando é a Black Friday?

Neste ano, a Black Friday acontecerá em 24/11. Programe-se! O evento é mundialmente conhecido por acontecer na última sexta-feira do mês de novembro, o que quer dizer que dá bastante tempo par planejar suas compras e evitar pagar mais pelo que era para ser barato.

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