Gastou as economias no começo do ano? Saiba como voltar a poupar e investir
Avaliar o orçamento e definir objetivos claros são passos importantes para quem quer poupar e investir novamente
O começo do ano é cheio de eventos que podem demandar maiores gastos financeiros. Seja por viagens, férias, IPVA, materiais escolares, Carnaval ou qualquer outro motivo, zerar as economias feitas pode acontecer caso não haja um planejamento prévio.
Se esse foi o seu caso, o mais importante é não se desesperar e focar no que pode ser feito para uma reestruturação financeira.
“Sabe aquele ditado? Não adiantar chorar pelo leite derramado? Não adianta chorar pelo dinheiro gasto, pois ele já foi. É o momento de respirar e recomeçar, retomando e revisando seus objetivos e planos para alcançá-los”, diz Clay Gonçalves, planejadora financeira da SuperRico.
Gastei minhas economias, o que faço?
Para aqueles que gastaram o dinheiro que tinham guardado para emergências ou até algum outro objetivo, Marlon Glaciano, planejador financeiro e sócio da Invest Prime Planejamento Patrimonial, afirma que para se organizar, é fundamental entender para onde seu dinheiro está indo.
“Faça um levantamento detalhado das suas receitas e despesas, identificando quais custos podem ser reduzidos ou eliminados sem comprometer sua qualidade de vida. Em seguida, defina um valor fixo para poupar mensalmente e priorize esse compromisso como uma despesa essencial. Automatizar esse processo, transferindo uma quantia diretamente para uma conta separada no início do mês, ajuda a manter a disciplina.”, destaca.
Além disso, Marlon Glaciano aponta que revisar e renegociar contas recorrentes, como assinaturas, planos de celular e serviços financeiros, pode liberar recursos para acelerar o acúmulo de novas economias.
Para Clay Gonçalves, olhar para o lado comportamental também é essencial, como fazer um mapeamento identificando os comportamentos que levam as pessoas a gastar de forma inconsciente.
“Pode ser a necessidade de atender ao que o círculo social e familiar espera, pode ser uma dificuldade em falar não ou até mesmo a falta de autoconfiança para gerenciar as finanças pessoais. Após este mapeamento deve-se trabalhar uma adaptação a novos hábitos para não cair nas armadilhas comportamentais”, ressalta ela.
Como voltar a poupar
A melhor maneira de voltar a poupar, segundo o sócio da Invest Prime Planejamento Patrimonial, é criar o hábito de guardar dinheiro de forma regular e automática, mesmo que o valor inicial seja pequeno.
“A constância faz toda a diferença. Utilizar ferramentas como caixinhas digitais, contas remuneradas e aportes programados em investimentos ajuda a evitar o risco de gastar esse dinheiro sem planejamento”, destaca.
Outro ponto importante é definir um objetivo claro para sua poupança, seja para recompor a reserva de emergência, fazer uma viagem ou investir a longo prazo. Isso, porque, segundo os especialistas, quando há um propósito definido, fica mais fácil manter o foco e resistir a gastos impulsivos.
A planejadora financeira da SuperRico dá como exemplo uma pessoa que quer ir para Salvador no próximo carnaval sem bagunçar as finanças. Para isso, ela estima a necessidade de R$ 5.000 até fevereiro de 2025. Então é preciso poupar e investir R$ 500 por mês, nesse exemplo.
“Esse exercício de quantificação de metas pode ser extrapolado para todos os objetivos e assim, define-se o valor de poupança mensal necessário para realização dos objetivos de vida”, ressalta ela.
Onde colocar o dinheiro?
De acordo com Marlon Glaciano, se a prioridade é reconstruir a reserva de emergência com as economias, o ideal é investir em opções seguras e com liquidez diária, como Tesouro Selic, CDBs de bancos sólidos e contas digitais que rendem 100% ou mais do CDI.
“Essas alternativas permitem acesso rápido ao dinheiro caso precise usá-lo em emergências. Já para quem quer começar a investir com um novo objetivo, é importante diversificar conforme o prazo e perfil de risco”, aponta ele.
Para médio e longo prazo, o planejador destaca que fundos imobiliários, ações e ETFs podem oferecer boas oportunidades de rentabilidade. “O fundamental é entender sua capacidade de aporte e alinhar os investimentos à sua estratégia financeira para evitar novos imprevistos no futuro”, aponta.
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