Metade do ano passou: como fazer um balanço das finanças até aqui
Fazer uma avaliação das metas e balanço das contas pode ajudar a recalcular a rota até o fim do ano
A virada do Ano-Novo é marcada por festa, novos desejos e também novos planos. Muitos desses que envolvem um planejamento financeiro, seja viagens, investimentos, gastar menos ou até mesmo pagar dívidas. Agora, após metade do ano ter passado, é hora de parar e fazer um balanço das suas finanças até aqui.
Como fazer um balanço das minhas finanças
Fazer um balanço das contas pessoais é fundamental para se manter no controle e gerenciar bem seus gastos, despesas e receitas. De acordo com José Carlos de Souza Filho, professor da FIA Business School, o primeiro passo é reunir todas as informações referentes, como:
- Rendimentos como salário, rendas extras, aluguéis a receber entre outras;
- Gastos fixos como aluguel (se for o caso), despesas fixas domésticas, lazer, compras extras e emergenciais;
- Dívidas como cartões de crédito e financiamentos.
Para melhor acompanhamento é importante ter esses valores em uma planilha com as datas de cada gasto e receita, principalmente se a divisão for feita mensalmente para facilitar a avaliação.
Para Valter Police, planejador financeiro da Droom Investimentos, além da parte de dados financeiros, que ele chama de quantitativos, também há uma avaliação qualitativa, que é se perguntar: “estou feliz com o jeito que as minhas finanças evoluíram nesse ano? Quando eu vou dormir, eu durmo tranquilo? Porque muitas vezes você está atingindo os seus objetivos do ponto de vista quantitativo, e ainda assim você está incomodado”.
“O dinheiro é sempre um meio, nunca é um fim. E a forma como as pessoas interpretam isso e se sentem com relação às suas finanças, também tem um peso importante, tão importante quanto as questões numéricas. Então, se quero fazer um balanço, é preciso analisar esses dois lados”, destaca Police.
Como avaliar o que preciso mudar?
Após uma primeira etapa de balanço, chegou a hora da decisão, o que precisa ser feito. Segundo o professor da FIA Business School, este é um processo comportamental, pois envolvem hábitos de consumo, objetivos de vida e desejos.
Se existe um controle financeiro e já foi detectada a necessidade de alterações, pode-se iniciar verificando o que funcionou e o que não funcionou, por exemplo, comparado a uma meta predefinida. Esta pode ter sido eficiente ou não. Se não existe um controle financeiro, a tendência a se ter gastos inconscientes aumenta e isto pode, por exemplo, estar aumentando a dívida no cartão de crédito.
“Uma vez definido o problema ou a sua fonte, deve-se estabelecer as prioridades. Geralmente, o ideal é tentar substituir as despesas mais caras e mais supérfluas, juros mais altos por juros menores e com isto, conseguir criar uma reserva financeira para situações adversas no futuro. Claro que tudo isso dentro das possibilidades e necessidades de cada um”, aponta José Carlos de Souza Filho.
Dicas e alertas ao fazer o balanço
Fazer um balanço de contas pessoais demanda atenção e cuidado para não tomar decisões equivocadas. Para isso, o planejador financeiro da Droom Investimentos afirma que é importante não fazer o balanço em momentos de muita emoção, seja euforia ou tristeza, para não deixar que os sentimentos afetem a avaliação.
Outro ponto destacado pelos especialistas é ter o cuidado de ser detalhista o suficiente para conseguir enxergar o necessário. Importante incluir pequenos gastos, pois no tempo, eles se tornam grandes. E ter cuidado em não considerar gastos sazonais, emergências e respeitar os dados levantados com critério nas tomadas de decisão são fundamentais.
“Uma regra não escrita, mas que se apresenta eficiente é a do 50-30-20, ou seja, 50% para as necessidades, 30% para os desejos e 20% para poupança e investimentos, pensando nos gastos eventuais e emergências”, aponta o professor Souza Filho.
Tarde demais para planejar?
Nunca é tarde para se organizar e obter uma vida mais tranquila. Não importa a idade ou o momento. Os benefícios sempre existirão, pois se consegue menos estresse, melhora a organização e ajuda a “colocar a casa em ordem”.
“Basicamente, a condição e os resultados não dependem de quando se começa, mas sim de começar e persistir em trabalhar no sentido de ajustar as contas e viver mais tranquilo” ressalta o professor da FIA.
Como estabelecer metas
Estabelecer metas, no ano novo ou em qualquer momento, não pode ser feito arbitrariamente na nossa cabeça e permanecer no abstrato. Boas metas devem ser materializadas e definidas com um alto grau de especificidade. Precisam ser planejadas e executadas conforme um plano de ação.
É muito comum criar metas genéricas do tipo “me exercitar mais” ou “guardar mais dinheiro”, sem grandes definições. Pode ser por isso que 34% das pessoas desistem de suas metas de Ano Novo após o primeiro mês e 54% após 6 meses.
Segundo o professor Vicente Falconi, grande referência em gestão de empresas no Brasil, “só ter sonho não adianta nada, a meta tem que ter objetivo, valor e prazo”.
Um exemplo de meta específica seria: “Quero juntar R$5.000,00 na minha conta até o dia 31/12/2025”. Isso, é claro, considerando esse valor está dentro de sua realidade financeira.
“Além de metas mensuráveis, atingir qualquer objetivo requer autodisciplina. Envolve uma percepção consciente de nossas ações e a capacidade de superar alguns dos maus hábitos que podem estar nos impedindo. Incutir autodisciplina em nossas vidas não é uma tarefa fácil, mas estamos aqui para te ajudar, descomplicando muitas partes dessa equação!”, completa Falconi.
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