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Open Finance: mitos, verdades e benefícios do sistema

55% dos brasileiros nunca ouviram falar do Open Finance e 19% se consideram mal informados

O Open Finance, ou sistema bancário aberto, está revolucionando o setor financeiro ao permitir o compartilhamento de dados dos clientes entre instituições autorizadas pelo Banco Central, como bancos e fintechs.

O sistema oferece acesso mais transparente a serviços e aumenta a competitividade em áreas como crédito e empréstimos; isso significa que uma pessoa pode usar as suas informações financeiras coletadas por um banco para contratar seguros ou planos de previdência com melhores condições em outras instituições e ter acesso a melhores taxas.

No entanto, apesar do potencial de transformação, muitos ainda têm dúvidas sobre o seu funcionamento. Mais da metade dos brasileiros (55%) nunca ouviu falar do sistema e 19% disseram estar mal informados sobre o assunto, segundo pesquisa Datafolha.

“Embora esse sistema seja novo para muitos, sua proposta é clara: colocar o consumidor no centro, oferecendo mais controle sobre seus dados e acesso a produtos financeiros melhores e mais justos”, afirma Ana Paula Oliveira, executiva de negócios da Simplic

Benefícios e cuidados

Segundo Lucas Santiago, coordenador de negócios do Minhas Economias, o Open Finance revolucionou a forma como interagimos com nossas finanças. E para ele, uma das principais vantagens é a personalização dos serviços. 

“Com o compartilhamento de dados, as instituições financeiras podem oferecer produtos e serviços mais adequados ao seu perfil, como investimentos com maior potencial de retorno ou linhas de crédito com taxas mais atrativas”, aponta.

Além disso, o Open Finance democratiza o acesso ao crédito. De acordo com Santiago, pessoas que antes tinham dificuldades em conseguir crédito, como negativados, agora têm mais oportunidades, já que quando um cliente permite o compartilhamento de informações, as instituições podem avaliar o perfil dele com base em outros dados, como renda e histórico de pagamentos.

Outro ponto positivo citado é a transparência e a competitividade do mercado. Isso porque, ao ter acesso a informações sobre diversos produtos e serviços, você pode comparar preços e condições e escolher a melhor opção.

“Em resumo, o Open Finance é uma ferramenta poderosa que coloca o consumidor no centro das decisões financeiras. Ao oferecer mais controle, transparência e personalização, ele contribui para um mercado mais justo e eficiente”, completa.

Uma vez que o Open Finance amplia as possibilidades de compartilhamento de dados por meio de aplicativos, recomendações de segurança no celular continuam relevantes. A Febraban esclarece que, dada a tecnologia de ponta empregada pelas instituições financeiras, não há registro de violação da segurança de aplicativos bancários – como ataque de hackers, por exemplo. Entretanto, roubo e furto de celulares podem expor dados de clientes.

Alguns cuidados minimizam os riscos nessas situações, como:

  • Se há vários aplicativos num só celular, deve-se utilizar senhas diferentes para cada um deles.
  • No caso de roubo ou furto de celular, comunique seu banco o mais rápido possível.
  • Saiba como apagar dados do seu celular de maneira remota, por meio do computador ou outro aparelho.
  • Nunca deixe seus dados salvos em páginas de e-commerce. O melhor a fazer é preencher as informações do cartão de crédito a cada nova compra.

Mitos e verdades do Open Finance

O Open Finance, apesar de trazer inúmeros benefícios, ainda é alvo de muitos mitos. Uma das principais dúvidas é sobre a segurança dos dados. É comum as pessoas pensarem que, ao compartilhar informações, elas estarão expostas e sujeitas a vazamentos. Por isso é importante esclarecer os mitos que cercam o tema. Confira as afirmações citadas pelos especialistas!

Mito: O Open Finance é apenas para grandes bancos ou vai acabar com eles
Verdade: Tendência é que aumente a concorrência, oferecendo mais opções aos consumidores
O Open Finance beneficia instituições financeiras de todos os tamanhos. Enquanto os grandes bancos podem oferecer mais recursos, as fintechs e bancos menores também têm a oportunidade de inovar e atender a nichos de mercado anteriormente inexplorados.

Mito: Compartilhar dados é inseguro
Verdade: Suas informações são protegidas por leis e regulamentações
A segurança é uma prioridade do sistema bancário aberto. As instituições devem seguir rigorosos padrões de proteção de dados para serem autorizadas, garantindo que o compartilhamento ocorra de forma controlada. Além disso, nada é compartilhado sem a autorização do cliente, o consentimento do usuário é fundamental nesse processo. 

Mito: Os bancos poderão usar meus dados sem eu saber
Verdade: O usuário tem total controle sobre seus dados e pode revogar o consentimento a qualquer momento
Além de ampliar as opções de produtos e serviços, essa adesão permite mais controle financeiro aos usuários, que podem monitorar as finanças de todas as suas contas em um mesmo aplicativo de sua preferência, com uma visão consolidada. Isso facilita o acompanhamento de despesas e ajuda a identificar hábitos de consumo, permitindo uma gestão mais eficiente dos recursos.

Mito: Compartilhar os dados diminui as minhas opções de crédito
Verdade: Opções personalizadas e com opções melhores
Com acesso aos dados financeiros dos clientes, as instituições conseguem oferecer produtos e serviços personalizados, incluindo taxas de juros sob medida, que podem ser mais baixas do que as disponíveis ao público, e condições de empréstimo mais vantajosas.  Então, na prática, os consumidores têm acesso a diversas opções, facilitando a comparação de taxas e serviços e resultando em escolhas mais vantajosas.

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