Organizar as contas

Qual o valor máximo da renda que uma pessoa pode comprometer com empréstimo?

Quem pega empréstimo deve se atentar aos valores e juros para não comprometer sua renda mais do que o necessário

Notas, calculadora, bloco de notas. Foto: Pexels
Especialistas destacam que é importante pensar no orçamento mensal que se tem antes de se comprometer com parcelas de um empréstimo. Foto: Pexels

A necessidade de pegar um empréstimo pode acontecer por diversos motivos, e em diversos momentos da vida de uma pessoa. Porém, quem optar pelo crédito deve se atentar ao limite que poderá comprometer de sua renda.

O valor máximo que uma parcela de empréstimo pode ocupar do orçamento total do devedor varia de acordo com o tipo de crédito e por cada instituição.

Segundo Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças, no Brasil, a regra dos 30% é bastante comum. “A maioria das instituições financeiras segue essa orientação para garantir que as pessoas mantenham uma capacidade de pagamento saudável e não se endividem excessivamente”.

Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, explica que os limites para o empréstimo consignado, que debitam diretamente na fonte da renda, foram estabelecidos pela Lei nº 14.431, de 3 de agosto de 2022.

“A margem consignável é de até 40% da renda líquida mensal, sendo 35% para empréstimos e 5% para cartão de crédito consignado. Já para aposentados e pensionistas do INSS, a margem consignável pode chegar a 45%”, afirma. 

Principais diferenças entre empréstimos

O professor da FIA Business School ainda ressalta que os diferentes tipos de empréstimos, apresentam características variadas que podem servir para ocasiões diferentes.

  • Empréstimo Pessoal: Tem taxas de juros mais altas e prazos variados. O pagamento das parcelas depende da disciplina da pessoa, pois as parcelas não são descontadas diretamente da conta.
  • Empréstimo Consignado: As parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento ou benefício do INSS, ou seja, no dia de receber a pessoa já tem o valor da parcela do empréstimo descontada do salário ou benefício. Geralmente, tem taxas de juros mais baixas devido à menor inadimplência.
  • Empréstimo com Garantia: Exige um bem como garantia (ex.: imóvel ou veículo) e costuma ter juros mais baixos. O seu pagamento também é feito mensalmente.
  • Cartão de Crédito Consignado: Semelhante ao consignado, mas para compras e saques. Tem limite de 5% da renda líquida.

Empréstimo x Orçamento saudável

Os especialistas também destacaram que é importante pensar no orçamento mensal que se tem antes de se comprometer com parcelas de um empréstimo. 

Ambos os especialistas apontam que a recomendação é que seja comprometido no máximo 30% da renda líquida com dívidas totais, incluindo empréstimos, financiamentos e cartão de crédito

“Também vale ressaltar que contar com a ajuda de um planejador financeiro é extremamente importante”, afirma Glaciano.

“Isso evita o superendividamento e garante que o mutuário possa cumprir suas obrigações financeiras sem comprometer suas necessidades básicas”, completa Piellusch.

Como se planejar para pegar e pagar um empréstimo

Avaliar a necessidade

Determine se o empréstimo é realmente necessário e se há alternativas mais baratas. Se for o caso de pegar o empréstimo para comprar um bem, avaliar se o financiamento direto não fica mais barato. 

Nesse caso, avalie também se não é possível esperar para comprar o bem futuramente, pois essa opção ficará muito mais barata.

Calcular a capacidade de pagamento

Verifique quanto da sua renda líquida pode ser comprometida sem prejudicar outras despesas essenciais. É preciso pensar que, além do valor da parcela, a pessoa precisará pagar outras despesas, como alimentação, saúde, habitação, etc, além de outros parcelamentos e empréstimos existentes. 

Para essa análise, é fundamental que a pessoa tenha um orçamento e a organização de suas contas pessoais mensais.

Comparar ofertas e entenda os custos

Pesquise diferentes instituições financeiras para encontrar as melhores taxas de juros e condições. Considere todas as taxas, encargos e o Custo Efetivo Total (CET) do empréstimo.

Planejar o pagamento

Estabeleça um orçamento que permita o pagamento das parcelas sem atrasos, evitando multas e juros adicionais. Não esqueça da reserva de emergência.

Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.