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Reserva de emergência: veja quanto e onde investir

Reserva de emergência é um fundo financeiro destinado a cobrir despesas inesperadas

Um conselho que está sempre presente no discurso de planejadores financeiros e influenciadores é de que, antes de investir para gerar renda, é necessário criar uma reserva de emergência. Isso porque imprevistos acontecem e é importante estar preparado para momentos de dificuldade.

Uma reserva de emergência é um fundo financeiro destinado a cobrir despesas inesperadas ou situações de emergência, como perda de emprego, problemas de saúde, reparos urgentes na casa ou no carro. Ter uma reserva é uma estratégia valiosa para a segurança financeira, pois ajuda a evitar endividamento em momentos críticos e proporciona maior tranquilidade em relação à gestão das finanças pessoais.

Porém, uma dúvida que costuma surgir é qual valor necessário para uma reserva de emergência. “Esse é um ponto que muitos investidores iniciantes negligenciam. Por outro lado, é um dos poucos pontos em que existe um certo consenso entre os mais experientes. Geralmente, uma boa reserva de emergência deve considerar, na minha visão, seis vezes o custo mensal do investidor. Caso o investidor seja o responsável financeiro pelo lar, deve-se considerar o gasto mensal da família e multiplicar por seis”, explica Cristiano Leal, especialista em investimentos CEA.

Por outro lado, Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, destaca que não existe uma fórmula certa para definir quanto guardar. “É importante frisar que não existe uma receita de bolo para a reserva de emergência, o valor deve ser estipulado individualmente com base no planejamento financeiro. No entanto, em geral, a recomendação clássica é acumular entre 6 a 12 vezes o valor das suas despesas fixas mensais”, complementa.

Leal argumenta que, para esta conta, deve-se somar gastos com moradia, transportes, alimentação, despesas escolares e estimar custos extras com lazer, como viagens ou passeios. Se o total dessa conta for, por exemplo, em torno de R$ 8 mil, uma boa reserva de emergência será por volta de R$ 48 mil (R$ 8 mil x 6). 

Patzlaff acrescenta que, antes de definir uma meta de acúmulo, cada um deve entender a própria realidade. “Um funcionário público com seis meses dos gastos fixos de reserva de emergência estará seguro, já o empreendedor precisa de mais pela renda inconstante e certeza de imprevistos na sua rotina”, afirma.

Melhores opções de investimento para reserva de emergência

Uma vez que o investidor já tenha a consciência da construção de uma reserva de emergência, outra dúvida que pode surgir é em quais ativos investir. Dois pontos aparecem como consenso entre as características que devem ser buscadas: segurança e liquidez.

Ou seja, o investidor precisa ter a garantia de que seu dinheiro estará seguro e de que poderá resgatá-lo a qualquer momento.

“Para reserva de emergência, o foco é liquidez e segurança, não retorno alto. Algumas sugestões, que corroboram com o cenário econômico atual, incluem o Tesouro Selic, que traz segurança e liquidez diária sem risco de perda, ideal para a reserva inteira ou boa parte dela. CDBs com liquidez diária de bancos sólidos, também são interessantes, desde que não tenham carência. Fundos DI de baixo risco, com liquidez e com baixa taxa de administração também é uma boa opção”, diz Patzlaff.

Leal reforçou que, para construção de uma reserva, é necessário abrir mão de investimentos de riscos que proporcionem a possibilidade de maiores ganhos. “Para criar uma reserva de emergência, o investidor deve buscar investimentos seguros e, normalmente, quanto mais seguro o investimento, menor tende a ser a rentabilidade. Ou seja, para esse tipo de alocação não se deve priorizar altos ganhos, ativos de risco ou investimentos com liquidez somente após alguns meses ou anos”.

Por isso, o especialista reforça o papel dos CDBs com liquidez diária e investimentos sacáveis em D+1 (no dia seguinte), como alguns fundos de renda fixa ou Tesouro Direto. “O foco deve ser segurança e acesso rápido ao recurso. É importante ressaltar que CDBs e Tesouro Direto estão entre os investimentos mais seguros do país e, inclusive, no caso do CDB, possui garantia do FGC sendo R$ 1 milhão por CPF, com restrição de até R$ 250 mil por instituição”, conclui Leal.

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