Tipos de investimentos

Investimentos de curto prazo: 5 opções para resgatar em até 12 meses

Mas, afinal, é bom investir em títulos de alta liquidez e retorno menor?

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As principais vantagens de investir para curto prazo são segurança (afinal, estamos falando de investimentos com características mais conservadoras) e alta liquidez. Foto: Adobe Stock

Investimentos de curto prazo estão em destaque neste momento de juros altos e instabilidade internacional. Então, a Inteligência Financeira vai te explicar em detalhes que tipo de investimento é esse, quais as vantagens e desvantagens, para qual perfil de investidor ele é mais adequado e quais são as melhores alternativas para quem quer resgatar aplicações em até um ano. Vamos lá?

O que é investimento a curto prazo?

Tecnicamente, um investimento pode ser considerado de curto prazo se sua duração for de até um ano. É assim que Luiz Fernando Cruz, diretor da MAG Consultoria de Investimentos, define esse tipo de investimento.

“Essa é a definição aplicada aos ‘fundos de renda fixa de curto prazo’, por exemplo, cuja carteira de títulos tem prazo médio igual ou inferior a 365 dias”, diz ele.

Na prática, porém, ele admite que a realização de planejamento financeiro dos clientes, processos de diagnóstico e mapeamento dos objetivos têm demonstrado haver um grau de subjetividade importante envolvendo a definição dos prazos de investimento.

“Alguns pretendem investir para atingir seus ‘objetivos de curto prazo’ em três meses, outros em seis, e há aqueles que dizem que pretendem investir por um ano, mas querem ter a possibilidade de resgatar antes, a qualquer momento, ‘just in case’”, diz ele.

Por que ter investimentos de curto prazo?

Então, considerando que sejam legítimas todas essas particularidades, o especialista acredita que seja preferível definir investimento de curto prazo como aquele que se caracteriza por envolver aplicações em ativos de elevada liquidez  e baixo risco.

“Aqui é importante destacar que estamos tratando de investimentos que visam preservação e construção de patrimônio, deixando de lado operações de caráter meramente especulativo”, alerta.

Mas, afinal, o que é e como definir a melhor liquidez para seus investimentos?

Quem explica melhor essa estratégia é Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT Capital no vídeo logo abaixo:

Os 5 melhores investimentos para o curto prazo

1. Fundos DI

Na opinião de Luiz Fernando, quando pensamos em liquidez mais imediata, com os recursos sendo disponibilizados aos clientes no mesmo dia ou no dia seguinte ao pedido de resgate, as melhores alternativas são os chamados fundos DI, que perseguem a variação do CDI.

“Vale destacar que a opção deve ser pelos fundos com menor taxa de administração, lembrando que existem fundos desse tipo com taxa zero”, ressalta.

2. Tesouro Selic

Tesouro Selic, negociado no Tesouro Direto  e garantido pelo Governo Federal, entra na lista do especialista principalmente por ser considerado um dos investimentos mais seguros.

Vale lembrar que a rentabilidade anual do Tesouro Selic  é a taxa básica de juros acrescida de uma pequena parcela prefixada. Aliás, é interessante saber quanto renderia R$ 1.000 em Tesouro Direto com a Selic a 13,75%.

3. CDBs de liquidez diária

Outro destaque da lista de Luiz Fernando são os CDBs de liquidez diária, com rentabilidade indexada ao CDI, que contam com garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito)  até o limite de R$ 250 mil por instituição financeira e por CPF, limitado a R$ 1 milhão.

“Todos esses investimentos (fundos DI, Tesouro Selic e CDBs de liquidez diária) se caracterizam por acompanhar, em boa medida, a variação da taxa de juros de referência da economia”, diz ele.

4. LCIs e LCAs

Para quem tem horizontes de investimento um pouquinho maior, de seis meses a 1 ano, Luiz Fernando recomenda ficar atendo a LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).

“Essas aplicações têm se apresentado como excelentes alternativas por serem títulos isentos de impostos que contam com garantia do FGC”, diz ele.

Em relação à sua remuneração, a preferência do especialista, no momento, é pelas pós-fixadas, atreladas à variação do CDI.

5. Fundos de renda fixa

Para fechar a lista, Luiz Fernando destaca os Fundos de Renda Fixa com políticas de investimento mais ativas, que visam superar a variação da taxa de juros de referência.

No entanto, ele mesmo faz uma ressalva, dizendo que é importante ponderar os riscos envolvidos.

Como exemplo, cita fundos que adotam estratégias de crédito privado e vinham oferecendo, de modo geral, rentabilidade superior ao CDI até o final de 2022.

“Eles tinham boa liquidez e um nível de volatilidade  considerado adequado até para os investidores mais conservadores”, afirma.

“Acontece que, a partir de janeiro deste ano, houve um desconforto gerado em função de eventos envolvendo empresas emissoras dos ativos que compõem as carteiras de parte desses fundos, como Lojas Americanas e Light”, lembra.

O resultado, avalia o especialista, foi um impacto não desprezível na rentabilidade desses fundos que, em alguns casos, vêm apresentando variações negativas no acumulado de 2023.

Como escolher o melhor investimento a curto prazo?

Para o diretor da MAG Consultoria de Investimentos, aplicações de curto prazo devem ser realizadas, fundamentalmente, em ativos com boa liquidez e baixo risco, uma vez que o investidor poderá não dispor do tempo necessário para recuperar eventuais perdas.

Isso explica, claro, porque é comum associarmos investimentos de curto prazo a investimentos mais conservadores.

Quem deve optar por investimentos de curto prazo?

Se você quer saber que tipo de investidor deve fazer aplicações de curto prazo, chegamos na resposta.

“Todo investidor deve alocar uma parte, ainda que menor, dos seus recursos em investimentos de curto prazo, independentemente do seu perfil ser conservador, moderado ou arrojado e de seus objetivos financeiros terem sido definidos para um futuro mais distante”, afirma o especialista.

E por que isso? Para entender, basta lembrar que todo planejamento financeiro começa por investimentos de curto prazo.

“Nessa parcela dos investimentos de curto prazo com liquidez mais imediata, estará a chamada Reserva de Emergência ou de Proteção”, diz ele.

E, para essa fatia da carteira, a recomendação é destinar um valor equivalente a algo entre 6 meses e 1 ano das suas despesas mensais.

Vantagens e desvantagens de investir a curto prazo

Investir a curto prazo tem suas vantagens e desvantagens, como quase tudo que compõe a sua carteira de investimentos.

As principais vantagens são segurança (afinal, estamos falando de investimentos com características mais conservadoras) e alta liquidez.

A desvantagem, em geral, é que aplicações com essas características costumam entregar retornos menos expressivos que investimentos de prazos e riscos maiores. Faz sentido, mas preste atenção porque nem sempre essa diferença é tão significativa.

“Na atual conjuntura, com o elevado nível da taxa de juros brasileira, os investimentos mais conservadores, de baixo risco, têm proporcionado ganhos bastante satisfatórios”, ressalta Luiz Fernando.  

E, considerando todas as incertezas que hoje rondam o cenário econômico, tanto local quanto internacional, o especialista acredita que os investidores não perdem por esperar um momento mais propício, com uma relação risco/retorno mais favorável, para alocar seus recursos em investimentos mais arrojados.

No final das contas, então, parece que atualmente as vantagens dos investimentos de curto prazo estão pesando mais que as suas desvantagens.

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