Tipos de investimentos

Saiba o que é o short selling e quando vale a pena?

Tipo de operação que envolve o aluguel de ações é usado quando há perspectiva de queda nos preços

Conceito de negócio com empresário segurando ampulheta com gráfico em seu notebook. Foto: Adobe Stock
No Brasil, diferentemente do que acontece em outras bolsas no mundo, a estrutura de regulações para essa modalidade de investimento é muito mais rígida. Foto: Adobe Stock

Em momentos instáveis no mercado de ações, alguns investidores utilizam a estratégia chamada short selling que, em tradução livre, significa “venda a descoberto”. Esse tipo de operação é uma prática financeira que consiste em vender um ativo com a expectativa de que o preço caia, para, então, comprá-lo de volta e lucrar com a diferença.

No Brasil, a estrutura de regulações para essa modalidade de investimento é rígida. No País, tanto o short selling quanto o empréstimo de ações são realizados na B3, que garante as operações como contraparte central, diminuindo substancialmente os riscos envolvidos.

Qual a diferença do short selling e do empréstimo de ações?

Basicamente, quem deseja fazer um short selling vai precisar pegar uma ação emprestada para poder operar. A posição de quem realiza uma venda a descoberto é chamada de “short”, ou “vendida”. Essa pessoa vai alugar a ação temporariamente, com o intuito de lucrar num segundo momento, para depois devolver o ativo ao seu dono.

Vamos a um exemplo: as ações da empresa A são negociadas hoje a R$ 50. Você, no entanto, acredita que o preço irá cair. Então, pega as ações emprestadas e logo em seguida, as vende a R$ 50. Como a ação não era sua, mas era emprestada, você precisará, em algum momento devolvê-las a seu dono original. Se sua expectativa estiver correta e daqui a um mês as ações estiverem cotadas a R$ 30, você as recompra e devolve ao dono. Assim, embolsa a diferença de R$ 20.

Vale lembrar que para pegar as ações emprestadas, você teve de pagar uma taxa ao dono das ações. Essa taxa varia a depender de qual ação você está emprestando: ações com grande volume de negócios diários têm taxas menores. Esse percentual varia entre 0,03% a quase 5% ao ano, e é cobrado pro rata, ou seja, de acordo com o período em que o papel esteve nas mãos do outro investidor.

Além da taxa paga ao doador do ativo, o tomador precisa pagar:

  • Taxa de registro cobrada pela B3, de 0,25% ao ano sobre o valor do empréstimo, com um mínimo de R$ 10 por contrato.
  • Emolumentos e Imposto de Renda sobre os rendimentos.
  • Taxa de corretagem cobrada pela instituição financeira que intermediar a operação.

O fator mais importante no short selling

O importante, no short selling, é que o tomador do empréstimo devolva a ação na data previamente acertada no contrato. Portanto, essa operação pode ser utilizada de acordo com o objetivo do investidor, considerando os cenários de curto, médio e longo prazos.

É uma operação tradicional em mercados financeiros para lucrar em épocas de baixa, com a desvalorização de preço das ações ou outros ativos. Após o encerramento da operação, o especulador devolve ao investidor, via corretora, as ações emprestadas. O risco dessa operação para o especulador é que o preço do ativo negociado não caia o suficiente ou suba, gerando prejuízo.

Como operar em short selling?

Confira um ponto a ponto sobre esse tipo de operação:

  1. É necessário pegar ações emprestadas e devolvê-las na data da liquidação da operação. Então, o primeiro passo é contatar os profissionais especializados em aluguel de ações da sua corretora. Basta realizar a venda a descoberto e, a partir de então, o aluguel é feito automaticamente;
  2. O investidor que toma os ativos emprestados precisa estar atento à quantia que está sendo cobrada pelo dono da ação que será alugada. O aluguel de ações implica o pagamento de uma taxa de juros anual que varia de acordo com a disponibilidade ou a oferta desses títulos para aluguel. Quanto maior a oferta das ações, menor será a taxa cobrada. O acordo de aluguel terá remuneração, garantias e prazos específicos para sua realização. Vale lembrar que o doador da ação recebe proventos, dividendos e juros sobre o capital próprio durante esse período.

Você sabia?

Os ativos autorizados para aluguel na B3 são ações e units, BDRs (sigla que vem do inglês: Brazilian Depositary Receipts) e ETFs (sigla do inglês: Exchange Traded Funds).

Planeje muito bem seu movimento de short selling

O short selling é uma operação arriscada, já que o mercado pode não se comportar da maneira esperada e o ativo pode se valorizar no prazo em que você precisa devolver a ação para o dono. Se isso acontecer, quem pegou as ações emprestadas precisará recomprar as ações por um preço maior do que as vendeu, embolsando assim o prejuízo.

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