LCI, LCA e LC

LCIs e LCAs continuam isentas. Veja quanto pagam esses títulos hoje e como avaliar se vale apena investir

Veja como fica a tributação para títulos de renda fixa

Tema que movimentou o mercado de investimento nas últimas semanas, a aprovação da Medida Provisória (MP) 1303 teve novidades nesta terça-feira (07). O novo parecer do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), relator da MP, foi aprovado em comissão mista do Congresso Nacional, com 13 votos favoráveis e 12 votos contrários. Agora, a MP precisa passar por votação tanto na Câmara quanto no Senado nesta quarta-feira (08), senão perde a validade. Na nova versão, fica mantida a isenção de imposto de renda para títulos como LCIs, LCAs, CRIs, CRAs, FIIs e debêntures incentivadas.

O que é a MP 1303?

Desde que foi editada pelo governo em junho, a MP 1303 passou por mudanças relevantes. A proposta foi redigida como uma alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e tratava de temas como o fim da isenção de imposto sobre alguns títulos de renda fixa, como LCIs, LCAs, CRIs, CRAs, FIIs e debêntures incentivadas. Esses investimentos deixariam de ser isentos e, pela proposta original, teriam seus rendimentos taxados à alíquota de 5% de imposto de renda.

A tramitação chegou a gerar uma corrida dos investidores por esses títulos. Um primeiro parecer de Zarattini reverteu várias das mudanças propostas e previa apenas a tributação dos rendimentos vindos de LCIs e LCAs, na alíquota de 7,5%. No texto aprovado em comissão mista, no entanto, essa cobrança foi retirada, e esses títulos seguem isentos de IR.

Quanto rendem LCIs e LCAs hoje?

Com a primeira mudança do relator, que previa a taxação apenas de LCIs e LCAs, esses títulos ganharam destaque. A pedido do Bora Investir, a Quantum Finance fez um levantamento de quais os rendimentos oferecidos por esses títulos, que foram emitidos no mês de setembro. Confira abaixo:

Resumo de LCAs em 2025 (01/09 à 30/09)
RemuneraçãoPrazoTaxa mínimaTaxa MédiaTaxa MáximaNúmero de TítulosEmissor
%DI686,00%88,96%92,00%192BANCO ABC BRASIL S.A.
%DI680,50%92,08%93,50%37BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI1192,00%92,00%92,00%2BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI1287,00%90,15%93,00%151BANCO ABC BRASIL S.A.
%DI1292,00%92,50%93,50%24BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI1298,50%98,50%98,50%1BANCO SAFRA S.A.
%DI1392,00%92,00%92,00%1BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI1492,00%92,00%92,00%1BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI1592,00%92,00%92,00%1BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI1692,00%92,00%92,00%1BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI1792,00%92,00%92,00%2BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI2389,50%91,45%93,50%21BANCO ABC BRASIL S.A.
%DI2380,50%89,70%92,00%5BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI2487,50%90,98%93,50%78BANCO ABC BRASIL S.A.
%DI2492,00%92,87%98,50%19BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI3292,00%92,00%92,00%1BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI3590,50%92,24%94,50%45BANCO ABC BRASIL S.A.
%DI3579,50%91,11%92,00%14BANCO DA AMAZONIA S.A.
%DI3687,50%92,22%94,50%43BANCO ABC BRASIL S.A.
%DI3692,00%92,54%98,50%12BANCO DA AMAZONIA S.A.
IPCA+126,95%7,56%8,22%143BANCO ABC BRASIL S.A.
IPCA+246,13%6,63%7,02%72BANCO ABC BRASIL S.A.
IPCA+366,02%6,55%6,78%17BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ612,42%12,71%13,10%223BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ612,99%12,99%12,99%1BTG ARF BRAZIL INVESTMENTS LP – BANCO SANTANDER S.A.
PRÉ712,32%12,33%12,33%2BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ912,20%12,56%13,00%169BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ1112,20%12,47%12,71%39BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ1212,01%12,42%12,83%138BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ1213,20%13,20%13,20%1BANCO C6 S.A.
PRÉ1312,64%12,64%12,64%1BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ2311,56%11,70%11,97%13BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ2411,29%11,63%11,97%48BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ3511,40%11,67%11,91%15BANCO ABC BRASIL S.A.
PRÉ3611,31%11,54%11,86%14BANCO ABC BRASIL S.A.
Resumo de LCIs em 2025 (01/09 à 30/09)
RemuneraçãoPrazoTaxa mínimaTaxa MédiaTaxa MáximaNúmero de TítulosEmissor
%DI1594,00%94,00%94,00%1CAIXA ECONOMICA FEDERAL
%DI1895,00%95,75%96,50%2CAIXA ECONOMICA FEDERAL
%DI3794,75%94,75%94,75%1CAIXA ECONOMICA FEDERAL

Como avaliar se vale a pena investir em LCIs e LCAs?

Antes de investir em qualquer ativo de renda fixa, isento ou não, é preciso avaliar alguns pontos. Confira abaixo

Risco de crédito

Um título de renda fixa é um ativo de crédito – ou seja, você está emprestando dinheiro para o emissor, como um banco ou uma empresa. Risco de crédito é a possibilidade de o emissor do título não honrar os pagamentos prometidos. Quanto maior a probabilidade de inadimplência, maior o risco, e geralmente, maior a remuneração oferecida para compensar o investidor.

“Mesmo produtos de renda fixa podem variar bastante nesse aspecto. Um CDB emitido por um banco grande, por exemplo, tem risco muito menor do que uma debênture de uma empresa de médio porte ou um FIDC com créditos de diversos devedores. Entender o risco de crédito é, portanto, entender a saúde financeira e a solidez do emissor”, lembra o Professor Mira, colunista do Bora Investir.

Cobertura do FGC

Alguns títulos de renda fixa contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos, o FGC, que funciona como um seguro financiado por bancos e outras instituições financeiras e oferece indenizações Ou seja: se o banco emissor do título não honrar o pagamento prometido, o fundo cobre as perdas, até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.

Mas não são todos os títulos de renda fixa que contam com a proteção do FGC. Atualmente, títulos como CDBs, LCIs e LCAs são cobertas pelo fundo.

Comparação da rentabilidade líquida de LCIs, LCAs e outros títulos de renda fixa

Na hora de escolher onde investir, é preciso fazer alguns cálculos, para avaliar se o rendimento oferecido pelo título é compatível com o risco. Como há diferenças de tributação, no entanto, é importante comparar sempre o rendimento líquido dos títulos.

Pela proposta atual da MP, LCIs, LCAs, CRIs e CRAs seguem isentos de imposto de renda. Já outras aplicações financeiras, como em Tesouro Direto e CDBs, serão tributadas pela alíquota unificada de 18%.

Liquidez

Outro ponto importante a analisar em qualquer título de crédito é o prazo. Isso porque quem quiser resgatar um título antes do vencimento está exposto a dois fatores que podem reduzir a rentabilidade do investimento: a marcação a mercado e o spread cobrado.

A marcação a mercado é a variação de preço do título, especialmente aqueles prefixados e indexados à inflação, a depender do cenário econômico – e nesses casos, quanto maior o prazo de vencimento, maior tende a ser a volatilidade. Já o spread é a diferença que o banco ou instituição financeira cobra na recompra do título. Isso não significa, no entanto, que não vale a pena escolher CDBs sem liquidez diária ou com prazos maiores. Apenas é importante casar o prazo com a sua necessidade de receber aquele dinheiro de volta.

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