O que são juros? Entenda como funcionam, seus tipos e modalidades
Você deve entender que eles estarão no seu dia a dia, esteja você pagando ou recebendo
Sabe quando você quer morar num imóvel mas, para isso, precisa pagar um aluguel todo mês? Os juros são mais ou menos isso: uma taxa que você paga para usar um dinheiro que, originalmente, não é seu. Ele pode ter vindo de um banco ou de uma financeira.
Enquanto você não devolver todo o dinheiro emprestado, pagará esse “aluguel”. Como não tem a quantia para quitar a dívida na hora, você pode ir devolvendo em parcelas, que já consideram os juros.
A definição clássica dos juros diz que eles representam o valor do dinheiro ao longo do tempo. Eles podem ser vistos também como a remuneração do credor (por exemplo, um banco) por emprestar dinheiro ao tomador ou devedor.
O mesmo acontece quando você empresta dinheiro a uma empresa – comprando debêntures, por exemplo. A empresa devolve seu investimento com o acréscimo dos juros acumulados no período.
Geralmente, o aluguel do dinheiro, ou juros, é um percentual do valor emprestado. Mas como é definido o custo desse aluguel?
Como é calculada a taxa de juros?
A taxa de juros é o preço do “aluguel” do dinheiro ao longo do tempo. Quando o governo emite um título do Tesouro Selic, por exemplo, na prática ele está pedindo dinheiro emprestado dos investidores e prometendo pagar a taxa básica de juros, a Selic.
Se a taxa Selic estivesse em 10% ao ano, por exemplo, esse seria o cálculo:
Você empresta R$ 1000 ao governo brasileiro comprando um título do Tesouro Direto atrelado à taxa básica de juros. Um ano depois, recebe R$ 1100 de volta – ou o valor inicial mais 10% de ‘aluguel’. Arque com a conta
Quais os tipos de juros?
Os juros podem ser de vários tipos, calculados de formas diferentes:
- Juros Simples: como o próprio nome diz, essa é uma taxa definida previamente que incide sempre sobre o valor inicial do empréstimo. Leia mais sobre juros simples;
- Juros Compostos (também chamado de juros sobre juros): aqui a taxa incide sobre o valor final do período anterior, ou seja, quando ele já foi reajustado pelos juros. Esse é hoje o regime mais comum no sistema financeiro brasileiro. Leia mais sobre juros compostos;
- Juros de Mora: muito utilizada quando se atrasa um pagamento, na prática, os juros de mora são calculados sobre o valor da parcela em atraso considerando os dias de atraso;
- Juros Nominais: é a taxa expressa nos contratos para empréstimo ou como rentabilidade para um determinado período;
- Juros Reais: é a taxa nominal descontada a taxa de inflação;
- Juros Rotativos: incidem sobre o saldo da dívida, como os juros cobrados na falta de pagamento do cartão de crédito, e são conhecidos por seus altos valores;
- Juros sobre Capital Próprio (JCP): essa taxa é específica para dividendos de empresas. Trata-se de uma forma de remunerar os acionistas dividindo os juros sobre o capital próprio, pagos a partir dos lucros dos anos anteriores.
E nos investimentos, quais os tipos de juros?
Para os investimentos, os juros podem ser de duas modalidades: os juros prefixados e os pós-fixados.
Os juros prefixados, como o próprio nome diz, são pré-determinados no momento da compra do ativo. Com isso, o investidor sabe exatamente quanto irá receber de retorno ao final do período da aplicação.
Dessa forma, independentemente de qualquer variável econômica, os juros pagos pelo devedor ou recebidos pelo investidor não mudam. Por exemplo:
- 10% ao ano;
- 1% ao mês;
- 5% ao semestre;
No caso de uma aplicação prefixada, a taxa acordada é multiplicada pelo montante aplicado ou pelo saldo devedor para encontrar os juros. Com uma taxa de 1% ao mês, por exemplo, o cálculo seria:
Saldo aplicado de R$ 500.000,00 x 1% = R$ 5.000,00 de juros a receber.
Os investimentos com taxas prefixadas são minoria, como alguns títulos do Tesouro Direto.
A maioria dos investimentos tem uma rentabilidade calculada por juros pós-fixados. Neste caso, a principal diferença é a dificuldade de prever com exatidão quanto o investidor receberá ao final do prazo.
Isso acontece porque, ao contrário da taxa fixa, a taxa de juros pós-fixada costuma ser atrelada a um índice da economia, como: Selic, CDI (Certificado de Depósito Interbancário), IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), etc.
No caso de uma dívida ou de uma aplicação pós-fixada, a taxa final paga ou recebida dependerá da variação de algum desses indexadores econômicos. Assim, caso os índices subam, a taxa final também irá se apreciar – e o contrário em caso de queda.
Pode acontecer também de um investimento ter uma parte atrelada a um índice e uma parte pré-fixada: por exemplo um título que pague IPCA + 5% ao ano.
Quer continuar aprendendo sobre o assunto? Então, basta continuar com a gente! Veja também nosso post sobre como se proteger da inflação!
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