Tesouro direto

Posso vender um título do Tesouro Nacional antes do vencimento?

Se você comprou um título, mas vai precisar do dinheiro antes do prazo, saiba como funciona o mercado secundário e quais as melhores opções para investir em sua reserva de emergência

Homem usando calculadora e fazendo anotações no bloco de notas (Fonte: Adobe Stock)
Declarar seus títulos do Tesouro Direto requer seguir o mesmo caminho para declarar qualquer outro investimento Foto: Adobe Stock

Os investimentos no Tesouro Direto estão entre os mais conservadores, afinal, são títulos de dívida do governo federal (as chances de o país quebrar e não honrar os compromissos financeiros são bastante remotas) e fazem parte da categoria dos ativos de renda fixa, quando o lucro pode ser calculado ou ao menos previsto no momento da compra.

Porém, títulos do Tesouro Direto são investimentos de longo prazo: o dinheiro investido só pode ser resgatado na data de vencimento, – com exceção do Tesouro Selic, que tem liquidez diária -, o que pode levar anos.

Por isso, e sobretudo se não dispuser de uma reserva emergencial, o investidor pode se ver numa situação em que precise resgatar os recursos depositados no Tesouro Direto antes do vencimento. Mais detalhes sobre o funcionamento do Tesouro Direto são explicados no vídeo da B3:

Entenda como funciona o Tesouro Direto

Para evitar esse contratempo, é importante conhecer o seu perfil de investidor, o que leva em conta os riscos tolerados e os objetivos do investimento (comprar uma casa, financiar estudos etc.). O próprio site do Tesouro Direto oferece uma ferramenta que indica o título mais adequado para cada perfil.

Mas, se algo inesperado aconteceu e seu planejamento mudou, saiba que é possível vender o título do Tesouro Direto para outro investidor antes do vencimento, no mercado secundário. É bastante provável que haja uma perda na rentabilidade esperada, mas nem sempre é o caso. Entenda como os preços dos títulos variam e quais são mais indicados para uma reserva de emergência.

Rentabilidade (Yield) do título do Tesouro Direto

O preço do título no mercado varia para ajustar a rentabilidade. Vamos supor que um título custa R$ 1.000 e prometa pagar IPCA+6% ao ano. Dessa forma, o governo se tornará devedor do montante principal (R$ 1.000,00), atualizado pelo IPCA (inflação) e por uma taxa prefixada de 6% ao ano.

Isso nunca muda e é o que caracteriza o Tesouro como um investimento de renda fixa. O que muda ao longo do tempo é a rentabilidade (yield) do título, conforme o preço praticado no mercado secundário.

Se, após um ano, corrigido pelo IPCA, esse título deveria valer R$ 1.100,00 (considerando um IPCA de 10%), caso alguém pague R$ 1.320,00 pelo título, estará pagando mais do que a rentabilidade esperada para o período. Isso quer dizer que o comprador, que pagou 20% mais caro, vai ter uma rentabilidade 20% menor.

Se o título fosse negociado a R$ 880,00, haveria um deságio, o preço seria mais baixo do que o preço corrigido pelo IPCA (R$ 1.100,00, no nosso exemplo). Nesse caso, a rentabilidade para esse investidor seria 20% maior.

As oscilações de preço ocorrem quando a remuneração do título, no todo ou em parte, é prefixada. São mais acentuadas quanto maior for a parcela prefixada e quanto maior for o prazo do título.

Portanto, os títulos mais suscetíveis a oscilação de preços são: Tesouro Prefixado, Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com juros semestrais.

Quando a remuneração é pós fixada, as curvas de mercado e do papel andam sempre juntas, de forma que o título está sempre negociado ao mesmo nível de rentabilidade que ocorrerá no dia do vencimento. Por isso, títulos pós fixados são os indicados para reservas de emergência, pois pode-se resgatar a qualquer momento sem risco de perder dinheiro.

No Tesouro Direto, o título mais indicado para esse objetivo é o Tesouro Selic, com remuneração atrelada à taxa básica de juros da economia brasileira, portanto pós fixado. Há momentos, porém, em que os investidores aceitam negociar o título no mercado secundário com ágio ou deságio, o que pode levar a pequenas oscilações de preço.

Tesouro Direto com juros semestrais

Se a sua intenção é obter uma renda extra ao longo do investimento, é possível optar pelo títulos com pagamentos periódicos de juros – é o caso do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais e do Tesouro IPCA+ com juros semestrais.

  • Tesouro Prefixado com Juros Semestrais pagará juros em 01/01 e 01/06 de cada ano, até o vencimento.
  • Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais e com vencimento no mês de agosto pagam juros em 15/02 e 15/08 de cada ano, até o vencimento.
  • Os títulos com vencimento no mês de maio pagam juros em 15/05 e 15/11 de cada ano, até o vencimento.

Gostou do conteúdo e quer saber mais como investir no Tesouro Direto? Confira os conteúdos exclusivos disponíveis no Hub de Educação Financeira da B3 – bolsa de valores!

*As informações acima foram cedidas pelo professor Arthur Vieira, da B3 Educação.

Sobre nós

O Bora Investir é um site de educação financeira idealizado pela B3, a Bolsa do Brasil. Além de notícias sobre o mercado financeiro, também traz conteúdos para quem deseja aprender como funcionam as diversas modalidades de investimentos disponíveis no mercado atualmente.

Feitas por uma redação composta por especialistas em finanças, as matérias do Bora Investir te conduzem a um aprendizado sólido e confiável. O site também conta com artigos feitos por parceiros experientes de outras instituições financeiras, com conteúdos que ampliam os conhecimentos e contribuem para a formação financeira de todos os brasileiros.