Tesouro direto

Tesouro Selic, IPCA+ ou prefixado: qual rendeu mais nos últimos anos?

Levantamento mostra o rendimento dos índices que medem o desempenho dos títulos do Tesouro Direto

A renda fixa é uma das modalidades de investimentos mais queridas pelo brasileiro. No último ano, o número de investidores na categoria foi de 17,1 milhões de pessoas, com 2,7 milhões aportando no Tesouro Direto.

Quando alguém investe em títulos do Tesouro Direto está, na prática, emprestando dinheiro ao governo federal e lucra com a taxa de empréstimo, que varia conforme o tipo de título e o prazo da dívida. O risco da aplicação é o risco de o país “quebrar” e tornar-se incapaz de pagar o que deve aos investidores, que é considerado um risco remoto.

Por isso, os títulos do TD sempre estão no radar dos investidores. Por sua variedade, devem ser bem avaliados para encontrar a melhor opção de acordo com o cenário macroeconômico, perfil de investidor e os seus objetivos.

Assim, a pedido do Bora Investir, Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria levantou o desempenho dos principais títulos do TD (até 7 de novembro de 2024), com base nos índices IMA, da Anbima. Confira!

Os títulos do Tesouro Direto que mais renderam nos últimos anos

ÍndiceTipo1 ano2 anos3 anos4 anos5 anos
IMA-B 5IPCA9,54%20,3%34,85%40,84%49,73%
IMA-B 5+IPCA3,39%14,71%22,6%20,84%17,2%
IMA-B TOTALIPCA5,91%17,17%28,17%30,12%31,3%
IMA-SSELIC11,29%26,37%41,57%46,92%50,81%
IRF-M 1Prefixado10,08%24,96%39,34%41,98%47,74%
IRF-M 1+Prefixado6,55%22,2%35,94%27,69%35,04%
IRF-M TOTALPrefixado7,66%22,74%36,7%32,16%38,95%
Fonte: Einar Rivero, Elos Ayta Consultoria

Entenda os índices

Os índices IMA são formados por uma carteira de títulos públicos semelhante à que compõe a dívida pública interna brasileira. Isso significa que o indicador apresenta os mesmos papéis, na mesma proporção, da dívida. Ele é chamado de IMA-Geral.

Para retratar essa variedade de títulos existentes, são calculados diferentes indicadores. Eles reúnem ativos de características semelhantes e são chamados de subíndices. “Os mais utilizados são os atrelados à inflação, como o IMA e o IMA-B, que mede os títulos mais curtos do Tesouro, além do IMA-B5, que tem maior duração, o IRF-M, o índice para títulos de renda fixa pré-fixada e o IDA, que é, basicamente, quem mede a remuneração da debêntures”, afirma Jayme Carvalho, economista-chefe da SuperRico.

Os índices presentes no levantamento

  • IMA-B 5: As NTN-Bs, títulos ligados à inflação (as famosas IPCA+), com vencimento de até cinco anos;
  • IMA-B 5+: formado NTN-Bs com vencimento igual ou acima de cinco anos;
  • IMA-B Total: composto por títulos públicos indexados à inflação de todos os prazos;
  • IMA-S: compostos por títulos pós-fixados atrelados à Selic, a taxa básica de juros do Brasil, que são as Letras Financeira do Tesouro (LFTs);
  • IRF-M 1: conta com títulos prefixados de vencimento menor, que são as LTNs e as NTN-Fs com vencimentos abaixo de um ano;
  • IRF-M 1+: formado por prefixados mais longos, como como LTNs e NTN-Fs com vencimentos maior que um ano;
  • IRF-M Total: formado por todos os títulos públicos prefixados. 

+ Conheça todos os IMA, os índices de renda fixa da Anbima

Destaques entre títulos do Tesouro

O IMA-S, que representa os títulos do TD atrelados à Selic, foi o que teve melhor desempenho, com alta de 11,29% no último ano e 50,81% nos últimos 5 anos.

Segundo Gianluca Di Matina, especialista em investimentos da Hike Capital, como os ativos acompanham a taxa básica de juros, que foi elevada nos últimos anos, esses títulos refletem rapidamente os aumentos da Selic, garantindo retornos mais altos e com menor volatilidade.

Na faixa dos últimos 5 anos, o IMA-B 5, de títulos IPCA+ com vencimento em menos de cinco anos, também tiveram destaque, com rendimento de 49,73%, sendo 9,54% nos 12 meses anteriores.

“A combinação de proteção contra a inflação e uma taxa de juros fixa torna esses títulos atrativos em cenários de inflação elevada e expectativa de curto prazo estável, além de uma previsibilidade maior em relação a prazos mais longos”, aponta Di Matina como motivo para o bom desempenho.

Dentre os prefixados, o IRF-M 1 foi o que demonstrou melhor performance, subindo 10,08% nos últimos 12 meses e 47,74% dentro de 5 anos. Para o especialista em investimentos, esses títulos também se beneficiam da alta dos juros no curto prazo. 

“Com a Selic em patamares elevados, eles oferecem taxas fixas vantajosas, sendo atraentes para investidores que buscam ‘travar’ a rentabilidade esperada até o vencimento, minimizando a exposição a futuras oscilações de juros”, afirma ele.

Gianluca ainda ressalta que com o recente aumento da Selic para 11,25% ao ano, os títulos atrelados à taxa básica de juros tornaram-se mais atrativos, oferecendo rendimentos superiores e com menor volatilidade. “Por outro lado, títulos prefixados e atrelados ao IPCA podem apresentar maior volatilidade devido às expectativas de novas elevações na Selic e às incertezas fiscais”.

Os fatores que influenciam os títulos do Tesouro Direto

Apesar de serem considerados menos voláteis que investimentos de renda variável, os títulos do Tesouro também têm influência de fatores externos. Confira alguns apontados pelo especialista Hike Capital:

  • Taxa Selic: Principal referência para os rendimentos dos títulos públicos, influencia diretamente os títulos atrelados à taxa básica de juros.
  • Inflação (IPCA): Afeta os títulos indexados à inflação, ajustando seus rendimentos conforme a variação dos preços.
  • Risco Fiscal: A percepção de risco fiscal pelos investidores pode elevar os prêmios de risco, aumentando as taxas oferecidas nos títulos públicos.
  • Expectativas de Mercado: Projeções sobre a economia, política monetária e fiscal influenciam as taxas e a demanda por títulos públicos.

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