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Como as eleições influenciam no sobe e desce da bolsa?

Incertezas e eventos inesperados provocam oscilação de preços

Linhas de um gráfico emaranhadas sobre fundo de uma tela azul
Há um componente emocional que faz investidores venderem e comprarem mais. Foto: Adobe Stock

Em anos eleitorais é possível observar uma maior volatilidade no mercado de ações. Isso pode levar à ideia de que só a eleição é a causa do sobe e desce da bolsa, mas há outros fatores envolvidos, relacionados ou não ao processo eleitoral. Confira a seguir mais detalhes e como o fenômeno é interpretado pelo professor da B3 Educação, Arthur Vieira de Moraes.

Qual é a relação entre eleições e bolsa?

Segundo Moraes, não existe nenhum fundamento lógico que explique a maior volatilidade nos anos eleitorais, mas há um componente emocional que faz investidores venderem e comprarem mais, provocando a maior oscilação de preços.

“O quadro eleitoral é formado por incertezas”, avalia Moraes, “a expectativa sobre qual será o novo governo faz investidores se movimentarem, comprando e vendendo ações e por vezes gerando preços descabidos”.

Avaliando eleições passadas, Moraes já observou que a volatilidade dos fundos imobiliários (FIIs) costuma diminuir durante o período, fato que, segundo o professor, demonstra que eleições, por si só, não causam volatilidade.

Como as incertezas afetam os investimentos?

Como já dito, a eleição traz um quadro de incertezas que influencia na volatilidade das ações. Desse modo, tudo o que faz parte do processo eleitoral tem potencial para motivar a compra e venda de papeis por parte dos investidores, como debates e divulgação de pesquisas eleitorais.

“Eu considero que o período de maior volatilidade vai do início das propagandas eleitorais até o segundo turno. Assim que acabam as eleições, a volatilidade volta ao normal”, observa Moraes.

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Além das incertezas e dos riscos que delas decorrem, investidores também têm que conviver com eventos inesperados. Moraes lembra acontecimentos em eleições passadas que ninguém poderia prever, como o atentado a Jair Bolsonaro, no pleito de 2018, e o acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos, em 2014.

“Esses fatores extremos contribuíram ainda mais para a volatilidade das ações, aprofundando as incertezas que naturalmente já existem num ano eleitoral”, pondera Moraes.

Para saber mais sobre volatilidade, confira o vídeo preparado pelo Hub de Educação da B3.