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Ranking de Dividendos: as ações com maiores dividend yield de 2024

Confira os destaque entre os papéis que mais distribuíram dividendos no último ano

O ano de 2024 se encerrou e os investidores estão de olho em dados sobre o desempenho do mercado neste período. Para quem investe em ações, além do rendimento do papel, os dividendos distribuídos também são um ponto de avaliação. 

A estratégia de investir em ativos que pagam bons proventos é uma das mais seguidas pelos investidores em busca de uma renda passiva. Para isso, a companhia precisa apresentar bons resultados, já que as empresas brasileiras listadas na B3 que registram lucro têm de distribuir, pelo menos 25% desse valor aos seus acionistas (a fatia pode ser diferente, se a empresa decidir). 

Já para descobrir quais papéis pagam bons dividendos, uma das estratégias é avaliar o Dividend Yield (DY) — uma expressão em inglês que traduzida, literalmente, significa rendimento do dividendo. Trata-se de um índice criado para medir a rentabilidade dos dividendos de uma empresa em relação ao preço de suas ações. 

Com base nessa conta, o levantamento de Einar Rivero, consultor financeiro da Elos Ayta Consultoria, destacou as 20 ações que mais pagaram dividendos aos seus acionistas no último ano. Confira! 

As 20 ações com maiores Dividend Yield de 2024 

No ranking das ações, o ativo da Marfrig (MRFG3) foi o que teve a maior distribuição de dividendos, com DY de 29,83% em 2024. O top 3 foi completado pelas ações da Petrobras, historicamente boa pagadora de dividendos, que tiveram 20,56% (PETR4) e 19,94% (PETR3) de Dividend Yield. 

Para Harrison Gonçalves, sócio da CMS Invest, o resultado da Marfrig vem apoiado em resultados significativamente melhores em 2024, “com crescimento tanto na receita operacional quanto no lucro líquido, que foi 169% superior ao de 2023”.  

“A empresa reverteu um prejuízo de R$ 1,530 bilhão em 2023 para um lucro líquido de R$ 217 milhões em 2024 (baseado na comparação do 3º trimestre ano a ano). Além disso, a companhia acumulava uma reserva de lucros de R$ 2,9 bilhões, permitindo um pagamento expressivo de dividendos e garantindo elevada rentabilidade aos acionistas”, destaca ele. 

Apesar disso, João Abdouni, analista da Levante Inside Corp, alerta que os dividendos da empresa foram não recorrentes, “uma vez que a empresa não gerou resultado para que esse pagamento seja sustentável nos próximos anos, principalmente porque a empresa ainda tem uma alavancagem elevada, apesar do bom momento operacional”. 

Setores que pagaram bons dividendos em 2024 

Além das ações por si só, o levantamento também traz alguns setores que se destacaram, com o de alimentos (carnes), commodities e energia. Além da Marfrig, a JBS (JBSS3) também figurou entre as 10 ações com maiores DY. 

Já o setor de commodities, principalmente de minerais metálicos, conta com ações da CSN Mineração (CMIN3), Bradespar (BRAP4) e Vale (VALE3) no top 20. 

Maior presença no ranking, o setor de energia, com empresas de exploração e energia elétrica, conta com ações da Petrobras, citadas anteriormente, Cemig (CMIG4), Eletrobras (ELET6), Taesa (TAEE11), CPFL Energia (CPFE3) e Vibra (VBBR3). 

Perspectivas para 2025 

O cenário macroeconômico mais desafiador em 2025 deve fazer com que as empresas adotem um comportamento mais conservador, analisa Gonçalves, que acredita que, nesse cenário, é provável que muitas companhias optem por reter uma parcela maior dos lucros como reserva, criando um buffer (colchão) para mitigar possíveis dificuldades. 

“A manutenção de taxas de juros elevadas também encarece o custo de capital, justificando uma postura mais parcimoniosa na distribuição de dividendos, especialmente nos setores mais cíclicos”, aponta ele. 

Ações em baixa, DY em alta 

Um levantamento realizado pela Elos Ayta e conduzido por Einar Rivero buscou projetar, de forma preliminar, as ações que podem se destacar na distribuição de dividendos em 2025. Como base, foi usada uma metodologia 100% quantitativa e projetada para minimizar distorções no indicador de dividend yield. As premissas adotadas são:  

  • Dividend Yield projetado para 2025 igual ou superior a 6%.  
  • O cálculo do DY projetado considera o preço da ação no último dia de 2024 e o mesmo volume de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) distribuídos em 2024.  
  • Considera-se que a política de distribuição de dividendos e JCP em 2025 será equivalente ou superior à de 2024.  
  • Foram excluídas as empresas com baixa liquidez: somente ações com volume financeiro médio diário superior a R$ 5 milhões em 2024 foram incluídas.  
  • Lucros consistentes: apenas empresas que registraram lucro em 2023 e nos primeiros nove meses de 2024 (com resultados acumulados até o 3º trimestre equivalentes a pelo menos 75% do lucro total de 2023).  
  • Ações que distribuíram dividendos ou JCP em 2024 foram consideradas.  

Importante: o levantamento exclui empresas que não apresentem projeções de lucro para 2024 iguais ou superiores às de 2023 e assume que as políticas de distribuição de proventos de 2024 serão mantidas em 2025. 

Entre os papéis destacados, oito ações projetam DY superior a 10%. A liderança ficou com a Log Commercial Properties (LOGG3), com 13,41%, seguida por Copasa (CSMG3) e Odontoprev (ODPV3), ambas acima de 13%.  

Relação entre dividendos e o preço das ações 

Um ponto central do estudo é o impacto das quedas expressivas das ações em 2024 sobre o DY projetado. Como 19 das 28 ações analisadas apresentaram desvalorização no ano, o efeito de base mais baixa eleva o retorno potencial, desde que o nível de distribuição de proventos seja mantido.  

Um caso emblemático é o da Hypera (HYPE3), que sofreu a maior queda da amostra, 47,03%. Mesmo assim, seu DY projetado alcança 6,46%. Sem essa queda, o potencial seria consideravelmente menor.  

Essa relação evidencia como o DY pode ser um indicador atraente, mas nem sempre reflete a saúde financeira de uma empresa. Investidores devem estar atentos para distinguir oportunidades genuínas de “armadilhas de dividendos”, em que a alta do indicador é causada mais pela desvalorização do papel do que pela lucratividade.  

É importante relembrar que o levantamento não deve ser interpretado como indicação ou recomendação de investimento. Para que o DY projetado se confirme, todas as condições mencionadas precisam ser atendidas, e fatores externos como mudanças na economia ou na política de distribuição podem alterar significativamente os resultados.  

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