Câmbio

O dólar pode ficar mais barato. Entenda por que

Em evento realizado pelo UBS nesta segunda-feira (29/01), gestores comentaram suas perspectivas para o dólar no ano de 2024

dólar, investimento exterior. Foto: Pixabay
Com a característica de potencializar os retornos, os investimentos em dólar podem atender diversos tipos de perfis de investidor. Foto: Pixabay

Entre as perspectivas para os investimentos em 2024, uma que vem sendo comentada é a valorização do real – ou seja, o dólar pode ficar mais barato. Boa notícia para quem viaja e uma oportunidade para quem investe.

“Há uma mudança estrutural no balanço de pagamento non Brasil, proveniente da maior exportação de petróleo”, afirmou Alexandre Silverio, CEO e CIO da Tenax Capital, durante o evento Latin America Investment Conference, organizado pelo banco UBS em São Paulo. “Isso ainda não está no preço da moeda, principalmente porque as pessoas ainda estão preocupadas com o diferencial de juros [entre Brasil e EUA], mas acreditamos que a valorização vai acontecer”.

Andre Bannwart, Head do UBS Evolution, tem a mesma visão. Segundo ele, a exportação brasileira de petróleo deve continuar a crescer os próximos anos, “o que é muito importante para o comportamento para a moeda. Existe uma chance real de ter a moeda mais estável ou mais forte”.

Além da moeda, a maior espera dos gestores é no corte de juros nas principais economias. Para Bannwart, a expectativa de um corte mais agressivo de juros pelo Fed vem da possibilidade de uma desaceleração acentuada da economia. “O Fed já está atrasado [em iniciar o ciclo de afrouxamento monetário], a desaceleração está contratada”, disse. Segundo ele, os Estados Unidos saíram de um estágio aquecido da economia e está num estágio de soft landing, mas o risco maior é de um hard landing.

“Se houver recessão, o espaço de juros é boçal, EUA e Europa são únicos lugares do mundo que chegam a zerar juro”, afirmou.
“O Powell [presidente do Fed] surpreendeu o mercado no ano passado ao concordar que esse nível de taxa seria muito perigoso para um hard landing”, lembrou André Caldas, sócio da Clave Capital.

“Acreditamos que as maiores oportunidades aplicadas em juros [apostando na queda das taxas] é nas economias com maior problema de crescimento, como a Europa”, completou Silverio. “Para os EUA, acreditamos em um total de cinco cortes de juros, começando em março”.

Mesmo com as perspectivas elevadas em juros e em moeda, os gestores ainda veem algumas oportunidades na renda variável. Para Silverio, a possibilidade de recuperação da economia e de redução do custo de capital traz oportunidades, mas é preciso cuidado. “Há setores que ficaram mal falados, e neles, o investidor tem que fazer seu trabalho. No varejo, há muita disrupção que pode afetar as empresas, mas mesmo assim, há boas empresas com boa estrutura de capital”, afirmou. “Na parte de cosméticos e joias, existem empresas negociando a preços decentes.

“Na bolsa, a gente gosta de começar com uma análise macro. Quando juro foi de 2% para 14%, a gente se perguntava quais os setores prejudicados e os vitoriosos, e varejo foi o que mais sofreu”, afirmou Bannwart. “Agora é o inverso, essas empresas podem se beneficiar como um todo, a inadimplência vai cair como um todo”.

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