Criptoativos

“Cripto não é mais um ativo especulativo, já é considerado por fundos e governos”, diz Thalles Freitas, da Crypto.com

Durante o Smart Summit 2025, especialistas discutiram as perspectivas para criptomoedas

O bitcoin acumulou uma valorização de 121% em 2024. Foi um ano de grandes acontecimentos no mercado cripto, muita movimentação – e muita expectativa. Mas e agora? O que esperar do ecossistema de criptoativos e quais são os próximos passos?

Durante o Smart Summit, evento organizado pela Invest Smart no Rio de Janeiro, o tema ganhou relevância, com um palco inteiramente dedicado a blockchain e criptoativos. “Ano passado foi épico para ecossistema cripto por vários motivos, principal deles foi o lançamento de ETFs de bitcoin e ethereum”, Thalles Freitas, General Manager da Crypto.com. “Especificamente o ETF IBIT, da BlackRock, já é o 30º maior ETF do mundo, e foi também o maior lançamento de ETFs, desde o lançamento, também da BlackRock, do ETF de S&P500, que é o maior do mundo hoje”.

Mas 2025, segundo ele, também promete avanços. “Além disso, já estão falando em novos ETFs, como Ripple, Solana. Isso mostra que cripto não é mais um ativo especulativo, mas já é considerado por fundos de pensão e governos”, diz Freitas. “Não são só pessoas que compram bitcoin, nem só empresas, mas países estão falando em comprar bitcoin, isso muda o espectro”.

Wander Damasceno, Growth da METRIX, tem uma opinião semelhante. “A gente teve um bull market [uma valorização] secular de ativos de tecnologia. Estar posicionado em cripto hoje é pegar esse movimento”, afirmou Wander Damasceno, Growth da METRIX. “E o novo posicionamento dos Estados Unidos pode trazer muito desenvolvimento e vai inaugurar nova era no mercado cripto a partir de 2025”, disse.

Cripto além do bitcoin

A reboque da valorização do bitcoin, outras criptomoedas, como ether e solana, também registraram altas importantes no ano passado. Mas ainda há espaço para crescer mais, sugerem os especialistas.

“O bitcoin foi o primeiro grande projeto de cripto que realmente funcionou, mas o mercado cripto é muito maior que bitcoin”, disse Damasceno.

Para Renato Campos, Relações com Investidores da Hashdex, investir em cripto hoje tem dois riscos principais: o de contraparte, que se relaciona à corretora onde você negocia os ativos e à custódia desses ativos, e o que ele chama de risco de produto. “É uma classe dinâmica, então qual ativo eu compro e quanto compro de cada um?”, questionou. A Hashdex tentou contornar esse desafio criando um índice mais amplo das maiores e mais promissoras criptomoedas, e desenvolvendo um ETF que replica esse índice, o HASH11.

Essa dificuldade na escolha não é Damasceno, Growth da METRIX, também destaca essa dificuldade na escolha dos criptoativos. “Na década de 90, se você tivesse investido em Yahoo e não em Google, você teria se arrependido. O problema é que o mundo cripto está hoje no momento que a internet estava nos anos 90, e o desafio é escolher ativo versus outro”.

+ Quanto teriam rendido R$ 100 investidos em bitcoin, ether ou solana no começo de 2024?

Stablecoins

Thalles Freitas, da Crypto.com, também destacou que as stable coin têm crescido. São moedas digitais que replicam uma moeda fiduciária, como o dólar. Esses ativos, segundo ele, atenderam uma demanda do público, tanto o de varejo quanto os institucionais.  “As stable coins estão muito ligadas com tokenização, porque a maioria dessas stable coins compram valores dolarizados, as letras do tesouro americano”, disse.

Em janeiro, segundo ele, já havia US$ 17 bilhões de ativos tokenizados, menos de 1% do PIB mundial. A expectativa de diversos agentes, incluindo o Fórum Econômico Mundial, é que esse valor chegue em torno de 10% nos próximos anos.

E o Brasil, na visão de Freitas, está bem posicionado para esses avanços, por causa do Drex. “O Drex não é só um CBDC [moeda digital de banco central], mas é uma infraestrutura. Isso traz a oportunidade de destravar financiamento, e um financiamento mais barato”, disse.  

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