Criptoativos

Criptoativos como reserva de valor? Especialistas falam sobre cenário e perspectivas

Painel da Expert XP 2024 discutiu tendências e desafios dos criptoativos na sociedade atual

O avanço da adesão aos criptoativos e o marco regulatório dos ETFs de cripto nos EUA marcaram o ano das moedas digitais até aqui. Assim, o mercado do segmento ganha espaço e levanta questões de qual é o limite do segmento. Seria possível uma criptomoeda se tornar reserva de valor?

Em painel na Expert XP 2024, especialistas debateram sobre o cenário atual e as perspectivas do tema e destacaram o olhar atento, de investidores e reguladores, para as criptomoedas.

Nicole Dyskant, Sócia-fundadora do Dyskant Advogados, afirmou que é surpreendentemente forte a adoção que o brasileiro tem com criptoativos, principalmente para fins de investimento. Recentemente, uma pesquisa da Triple-A mostrou o Brasil em 6º lugar mundial em adoção de criptomoedas.

“Diversos fatores explicam essa adesão, como a proatividade dos nossos reguladores. Apesar da parte de regulação e legislação não ser a mais avançada, ela contribui com o desenvolvimento desse mercado, sem terrorismo com o tema”, apontou ela.

+ Conheça a história do 1º ETF de criptoativos do mundo – que é brasileiro

Marco dos ETFs de Criptoativos nos EUA

Para Samir Kerbage, CIO da Hashdex, esse movimento vem aliado ao marco vivido com o aumento de regulamentação ao redor do tema e a criação de ETFs de Cripto, seja no Brasil, ou nos EUA, como mais recentemente.

Com isso, as moedas digitais deixam de ser algo que traz, na visão das pessoas, o risco de ser banido para um tipo de investimento bem aceito e negociado nas maiores bolsas do mundo. “A partir do momento que tem um ETF disponível na B3 para os investidores, cai o tabu e se discute mais o assunto. Isso aconteceu com o HASH11 no Brasil e agora está acontecendo nos EUA”, disse ele.

Para ele, esse movimento de aprovação de ETFs de cripto nos EUA gera uma nova entrada de investidores no maior mercado de capitais do mundo. Ao mesmo tempo, várias instituições que não tinham aderido ao tema começam a levar a sério a nova tecnologia.

“Estamos com criptoativos e blockchain hoje [ no mesmo estágio] como estávamos com a internet antes dos anos 2000. As pessoas sabem que existem, mas não utilizam no dia a dia e algumas acham até que é maluquice. Se olharmos daqui a 20 anos, vamos estar usando os criptoativos como usamos internet hoje, sem nem perceber”, afirmou Kerbage.

+ Como investir em cripto pela bolsa? Guia prático

Cripto como reserva de valor?

Segundo Bruno Perini, Sócio do Grupo Primo, também presente no painel, a criptomoeda mais famosa do mundo, o Bitcoin, tem potencial para se tornar uma reserva de valor. Ele afirma, que apesar de muitos dos mais de 2 milhões de ativos de cripto possivelmente não darem certo, o bitcoin tem características que o difere dos outros.

“O Bitcoin pode aspirar a ser uma reserva de valor já que tem diversos fatores que o difere dos outros. Ele tem vários elementos que parecem com o ouro, mas o que falta é o longo histórico de aceitação”, diz.

De acordo com Perini, o valor referente ao status do bitcoin deve ser visto com seu potencial, e não olhando para a trajetória antiga. “Embora o Bitcoin tenha apenas 15 anos, temos que saber que vale muito mais ter 15 anos hoje, do que 100 anos no passado”.

O CIO da Hashdex ainda complementa, que em relação às criptos é normal que haja esse processo de tentativa e erro, em que 90% vão errar e 10% vai mudar nossa sociedade.

“O fato é que há um trabalho bem feito que está mudando a visão sobre criptos, um trabalho de base para mostrar que não existem apenas golpistas no setor”, completou Dyskant.

Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.