Day Trade

Análise técnica e fluxo de ordens: conheça as principais diferenças entre essas técnicas no day trade

Enquanto a análise técnica observa gráficos para buscar padrões históricos, o fluxo de ordens acompanha movimentações de compra e venda

Investidores que operam produtos voltados para ganhos no curto prazo, como os traders, precisam estar sempre munidos de informações em tempo real. Isso porque notícias, falas de autoridades ou mudança de postura do governo podem alterar o cenário e causar ganhos ou prejuízos financeiros.

Para não ficar no escuro, além de acompanhar o noticiário, os investidores podem usar algumas formas de análise para tentar entender o que está acontecendo no mercado e buscar a melhor tomada de decisão. Entre os traders, os principais modelos de análise são chamados de análise técnica e fluxo de ordens.

Em resumo, enquanto a análise técnica observa gráficos para buscar padrões históricos, o fluxo de ordens acompanha as movimentações de compra e venda para compreender para onde o “mercado” está indo.

“A principal diferença entre a análise técnica e a análise de fluxo de ordens no day trade está no tipo de informação utilizada e na forma como cada abordagem interpreta o comportamento do mercado. A análise técnica baseia-se em padrões gráficos e indicadores estatísticos derivados do histórico de preços e volumes. Para antecipar movimentos futuros, ela busca identificar tendências e pontos de entrada ou saída com base em repetições históricas”, explica Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos.

“Já a análise de fluxo de ordens é mais granular e objetiva, observa em tempo real a atuação dos grandes participantes de mercado, analisando o livro de ofertas, o times & trades (registro de negócios), o volume at price, e ferramentas como o footprint chart. Enquanto a análise técnica é essencialmente visual e estatística, o fluxo de ordens é operacional e comportamental, focado na leitura da agressividade dos compradores e vendedores, tentando detectar desequilíbrios de demanda e oferta em tempo real”, complementa Patzlaff.

Apesar de serem análises distintas, o planejador financeiro explica que nada impede que o trader una as duas técnicas. “Muitos traders profissionais utilizam a análise técnica para mapear regiões de interesse como suportes, resistências e zonas de consolidação, e, ao se aproximarem desses pontos, recorrem à leitura de fluxo para validar ou refutar possíveis entradas. A integração dessas abordagens pode fornecer maior robustez à tomada de decisão, desde que o trader tenha desenvolvido habilidade e confiança em ambas”, comenta.

Como começar a estudar as análises

Para quem está começando a fazer day trade, fazer essas leituras pode ser algo desafiador. Por isso, é importante não pular etapas na fase de aprendizado para que essa quantidade de informações não se torne uma barreira.

“Para começar a estudar essas análises, o investidor precisa ter uma base sólida em conceitos fundamentais do mercado financeiro, incluindo funcionamento da bolsa, tipos de ordens, volatilidade, liquidez e, principalmente, conhecimento sobre price action e leitura de gráficos”, diz Patzlaff.

Antes de se aventurar nessas leituras, é importante se aprofundar em outros temas que servirão de introdução. “Para análise técnica, é recomendável estudar padrões gráficos clássicos, indicadores e teoria de Dow. Já para o fluxo de ordens, é essencial entender como funciona o book de ofertas, o times & trades, as ordens agressoras, a atuação de algoritmos e como instituições posicionam grandes lotes”, afirma o especialista.

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Por fim, Patzlaff faz um alerta de que, antes de começar a colocar os aprendizados em prática, é necessário cautela para que o investidor não tenha um prejuízo acima do que é possível arcar.

“É indispensável que o investidor pratique em simuladores por um período prolongado antes de operar com capital real, uma vez que o day trade exige preparo técnico, emocional e gerenciamento de risco rigoroso. O investidor precisa ter plena consciência dos riscos, não só técnicos, mas também psicológicos e financeiros, sendo a formação contínua e o autoconhecimento os maiores aliados para quem deseja se desenvolver nesse tipo de operação”, conclui.

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