Day Trade

Investidoras se reúnem em evento para debater a presença das mulheres no day trade

Encontro celebrou a evolução da presença feminina no mercado financeiro e reuniu especialistas e traders que operam em todo o país

É senso comum dizer que o mercado financeiro é um ambiente majoritariamente masculino. Apesar do crescimento do número de mulheres investidoras, elas representam apenas 26% do total de investidores em renda variável, segundo a B3. Pensando nisso, a Nelogica, empresa de tecnologia para investimentos, realizou nesta sexta-feira (7), o Nelogica Day – O mercado por elas, iniciativa que celebra a evolução da presença feminina na bolsa e no mercado financeiro.

O encontro foi voltado para mulheres traders de todos os níveis e abordou histórias, estratégias práticas e tendências do universo financeiro. Além do compartilhamento de informações sobre o day trade, o evento serviu para aproximar investidoras que compartilham as mesmas dificuldades em uma área ainda muito masculina.

Desafios das mulheres no trade

Para Carol Rosa, sócia e gerente comercial de renda variável da Genial Investimentos, uma das maiores dificuldades é superar as barreiras estruturais. “Esse é um ambiente que sempre teve homens como referência. Eu vejo um movimento de mulheres, mas ainda é muito tímido por diversas questões. É cultural, comportamental, a gente foi criada assim. Então, peço para que as mães abram espaço para as nossas meninas. Hoje temos acesso a números sobre assédio e agressão no trabalho”, afirmou.

Na mesma linha, a executiva entende que a comunicação é uma ferramenta importante para o desenvolvimento das mulheres. “Meu primeiro desafio foi conseguir fazer parte deste mercado e me comunicar. E isso é importante para qualquer função na vida. Os desafios mudam no caminho, mas a maior dificuldade é construir autoconfiança”, concluiu Carol.

Preparo mental para o day trade

O day trade é conhecido por ser uma atividade de risco e, para evitar grandes perdas, é importante que a investidora esteja preparada para passar pelos momentos de adversidades. “Precisamos ter consistência para saber que esse vai ser um processo que pode dar muito certo ou muito errado, mas que o grande desafio é não ‘morrer’”, comentou Bruna Amalcaburio, analista CNPI-T da Genial Investimentos.

Quando diz “morrer”, Bruna se refere a perder tudo o que foi construído até aquele momento. Para que isso não ocorra, a analista ressaltou que é necessário preparo e método. “A grande sacada foi quando entendi que precisaria ser profissional. E, para isso, eu precisaria de um processo. Tive que criar um para conseguir sobreviver no mercado. Esse processo vai autorizar a fazermos a operação. Pode ser maluco e amplo, mas precisamos de um. Claro que tem que testar, aprimorar e levar ao mercado para dar segurança de que você vai conseguir operar”, concluiu.

No encontro, Ivy Hypolito, que é advogada por formação, mas atua como trader, tratou do preparo mental que é necessário justamente para passar pelos momentos de perda. “Quando deixamos de tratar os ativos como números e não como valores, conseguimos pensar apenas na estratégia. Temos que ter responsabilidade. Por isso, indico que treinem no simulador, sobretudo com contas negativas. Para entrar em uma operação, você precisa saber o que está fazendo, ter uma técnica treinada, seguir um plano de trade e segui-lo até o limite”, disse.

Carreira x vida pessoal

O evento tratou de estratégias para operar no day trade, mas também abordou a dificuldade que as mulheres têm no mercado de trabalho para conciliar carreira e vida pessoal. Betina Roxo, vice-presidente da Redoma Capital e reconhecida pela Forbes Under 30, falou das estratégias para equilibrar família, estudos e mercado financeiro.

“Acho que eu alcancei o equilíbrio que gosto, mas demorou muito para conseguir. Estou há 11 anos no mercado e, no pré-pandemia, não tinha a flexibilidade que temos e que estamos perdendo. Era uma cultura de ter que almoçar na mesa, não podia perder um telefonema. Não temos ideia do impacto que isso faz na cabeça das pessoas. Depois de um tempo, você percebe que quando o ambiente que você está não dá o equilíbrio que você deseja, você precisa trocar”, afirmou a executiva.

Segundo Betina, a mudança veio após uma série de problemas de saúde e burnouts. A executiva contou que a virada de chave veio na pandemia e que a possibilidade fazer home-office possibilitou a realização de um sonho, que era de começar a surfar.

“Eu lembro que eu olhava no espelho e pensava ‘vou fazer 30 anos e estou sem saúde, sem fazer as coisas que gosto’. Então resolvi começar a surfar e foi total a conexão com a natureza. Coloquei a vida em perspectiva e fui para um ambiente em que as pessoas pensam diferente. E isso fez diferença no estilo de vida e no trabalho. Me tornei uma líder melhor, uma pessoa mais calma”, contou Betina, que complementou afirmando que tenta priorizar os cuidados com a saúde e vida pessoal. “As pessoas no mercado financeiro tendem a achar que estão salvando vidas e nada pode esperar. Você pensa que tem que saber de tudo, não pode perder nada. Claro que tem coisa que é urgente, mas se você for achar que tudo é muito importante, não tem saúde que aguente”, finalizou Betina Roxo.

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