Entenda as diferenças entre opções e mercado futuro
Principal diferença está na obrigação ou direito de negociar os ativos
Por Victor Rabelo
Investidores que buscam uma estratégia de proteção, também conhecida como hedge, ou lucros por meio de especulação em negociações de curto prazo, costumam investir nos chamados derivativos. Como o nome diz, derivativos são ativos que derivam de outros produtos – sejam eles físicos, como café e milho, ou financeiros, como dólar, índices e ações.
O investimento em derivativos é feito por meio de contratos, e duas modalidades muito utilizadas são as opções e o mercado futuro. Por terem características semelhantes, muitos investidores acabam confundindo os dois ou não sabem qual é o mais adequado aos seus objetivos financeiros.
Principais diferenças entre opções e mercado futuro
Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, explica que a principal diferença entre as duas categorias de ativos está na obrigação ou direito de negociação. Enquanto os contratos futuros obrigam as partes a comprarem ou venderem o ativo na data de vencimento, as opções dão ao comprador o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender o ativo por preço predeterminado até a data de vencimento.
Outra diferença importante é que, em opções, existe o prêmio, que é o valor que o comprador paga antecipadamente para ter o direito de negociação. Caso ele não queira negociar, esse valor é perdido e o vendedor (lançador) o recebe. Piellusch esclarece que, no caso do mercado futuro, “não há custo de prêmio inicial além das margens de garantia”.
Portanto, é possível dizer que os riscos no mercado futuro são um pouco maiores que em opções. O professor argumenta que a obrigatoriedade de compra ou venda com contratos futuros torna essa categoria arriscada, e a alavancagem pode gerar lucros maiores ou perdas que vão além do capital inicial. Já em opções, “o risco máximo é, em geral, o valor do prêmio pago. O risco do lançador pode ser elevado, dependendo da estratégia, porque ele pode ter obrigação financeira grande se a opção for exercida contra ele”, comenta.
Qual modalidade escolher
A escolha entre opções e mercado futuro vai depender do perfil e dos objetivos de cada investidor. Piellusch entende que, em termos de perfil, as duas classes de ativos são para investidores mais arrojados. Para ele, o mercado futuro é para quem “tem boa tolerância a risco e capacidade de suportar perdas rápidas” e para quem esteja “confortável com alavancagem e necessidade de depositar margem de garantia”.
Por outro lado, as opções proporcionam “risco mais controlado no caso” e mais flexibilidade, uma vez que o investidor pode assumir posturas diferentes ao “pagar um prêmio para limitar perdas (comprador), ou ser lançador se quiser assumir mais risco em troca de receber o prêmio”, complementa.
Em relação aos objetivos, o professor da FIA Business School resume que “em geral, para hedge puro — quando se busca proteção mais previsível e simétrica — contratos futuros muitas vezes são mais diretos. Mas opções oferecem uma alternativa importante quando o investidor quer limitar o risco de perda máxima e ainda manter potencial de ganho, ou pagar ‘seguro’ para coberturas”.
Aos que buscam uma estratégia de especulação, com ganhos no curto prazo, ele explica que o day trade, que consiste em compra e venda de determinado ativo em um único dia, é mais usual no mercado futuro, pois operações mais longas nesta modalidade exigem “manter posição, depositando garantia e tendo que arcar com os ajustes diários”. Além disso, a alavancagem é um atrativo para quem está disposto a amplificar lucros e perdas.
Já no swing trade, com operações de curto prazo, mas que podem levar dias ou semanas, os investidores podem usar, segundo o professor, estratégias mais sofisticadas que “limitam perdas potenciais ao longo dos dias”, conclui.
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