Renda variável

Quem é a empreendedora de 17 anos que estreou na bolsa investindo em renda variável

No Dia das Mulheres, conheça a história da Millena Xavier que abriu conta na B3 no dia do aniversário: “Início de um novo ciclo”

Ao completar 17 anos no ano passado, a mineira Millena Xavier decidiu abrir sua conta em uma corretora para começar a investir em renda variável na bolsa de valores. A jogada de risco logo no começo pode surpreender muitos investidores iniciantes, mas Xavier já estava ciente do que encontraria no caminho graças aos últimos quatro anos em que se dedicou a entender como funciona a B3.

Antes disso, ela já acumula prêmios e grandes feitos na educação, sobretudo com a criação da ONG Prep Olimpíadas, dedicada a levar conhecimento aos estudantes interessados em disputar competições científicas. Isso a levou a ganhar o prêmio Prudential Jovens Visionários em Nova York. 

Agora, Xavier desenvolveu um software que usa inteligência artificial para ajudar na triagem do diagnóstico de autismo. Esse projeto representa o Brasil na Turquia na Conferência Internacional de Jovens Cientistas. 

Os projetos ganham força à medida que recebem reconhecimento internacional e os recursos coordenados por Xavier começam a render além da poupança. Depois de montar uma reserva de emergência em renda fixa pelo Tesouro Selic, ela montou uma carteira de investimentos em renda variável assim que abriu a conta na B3, no dia do aniversário, 11 de agosto – também Dia do Estudante.

“Invisto uma parte na renda fixa e outra na renda variável em empresas perenes, que dão bons resultados ao longo do tempo. Eu gosto do setor de bancos, seguros e telecomunicações”, afirmou.

Apesar de ter estudado educação financeira na escola, Xavier contou que nenhum dos professores explicou sobre o funcionamento e importância da bolsa de valores. Isso ela precisou aprender sozinha e romper com vários estereótipos que ouviu a respeito da B3.

“Antes eu ouvia que ‘a bolsa é cassino’ e ‘quem investe na bolsa tem muito dinheiro’. Eu pesquisei e vi que não era nada disso. Ainda leio muitas matérias sobre a conferência que as empresas fazem, o que a B3 faz atualmente. Eu comecei a me instruir por outro lado da internet, pelo lado do investidor e da pessoa que se dedica todo dia a estudar sobre as empresas”, disse.

Por que no aniversário?

Não teve muito segredo. Xavier contou que abriu a conta na bolsa nesta data porque foi o dia em que conseguiu reunir todos os documentos necessários. Mas não foi apenas isso. Ela precisou encontrar uma boa corretora que pudesse auxiliá-la na abertura da conta e, também, para alcançar o objetivo dela de investir em renda variável.

“Eu fiz no meu aniversário porque não consegui fazer antes e eu não tinha encontrado uma boa corretora que permitisse alguém menor de idade investir em renda variável, porque muitas só permitem em renda fixa. Foi na data do meu aniversário porque tive mais tempo para assinar os documentos e a conta foi aprovada. Eu fiquei muito feliz que foi no meu aniversário, é o início de um novo ciclo”, contou.

Organização

Além de ser uma jovem prodígio, Xavier também inova até na hora de organizar os investimentos. “Atualmente, eu não invisto separando em porcentagem. Eu não organizo em planilhas, o que vai um pouco no contrassenso do que normalmente fazem.  Eu prefiro investir meu tempo nos meus projetos e colocar na planilha não vai me trazer mais ou menos controle. Investir é um processo lento, é como deixar a grama ficar mais verde”, explicou.

Para escolher uma empresa antes de aplicar seu investimento, Xavier disse que busca fazer uma análise qualitativa e quantitativa sobre a companhia. Além disso, ela também analisa o preço das ações e vê quais estão mais baratas e, no longo prazo, trarão mais retorno. 

“Eu olho a empresa que tem mais credibilidade, no seguro, no banco e telecomunicações, que acho que são as melhores e sei como eles lucram. Então, fica mais fácil de acompanhar”, disse.

Mas por que em renda variável? Ela explicou que já passou quatro anos estudando sobre renda fixa e sabia que entrar na variável – com toda exposição ao risco – era uma boa jogada. “Eu fui na renda variável porque eu posso investir com segurança, depois que você conhece a empresa, com análise qualitativa e quantitativa. Normalmente uma empresa cresce muito mais do que uma renda fixa e pode proporcionar retorno maior”.

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