Fundos de Investimento

Queda da Selic pode levar à recuperação “bastante rápida” dos FIIs, diz Alexandre Lafer, CEO da Housi

Fundador e CEO da Housi falou sobre cenário dos FIIs e possível queda da isenção de IR ao setor

Apesar de uma recuperação do preço das cotas de Fundos de Investimento Imobiliário, com uma valorização de cerca de 10% no IFIX em 2025 até agora, especialistas ainda avaliam que os FIIs apresentam desempenho abaixo do seu potencial. E a mudança de patamar pode vir com a queda da taxa Selic, de acordo com o fundador e CEO da Housi, Alexandre Lafer, em entrevista ao B3 Bora Investir.  

“Os FIIs são muito suscetíveis à taxa de juros, eles estão com o preço realmente muito achatados, muito impactados pela Selic. Enquanto a gente não ver uma perspectiva de baixa e uma redução efetiva, eles devem ficar com esses preços mais reduzidos, e descolando muito do valor real dos ativos”.  

Para Lafer, o valor das cotas está bem abaixo do que valeriam os ativos, em decorrência do prêmio necessário para cobrir a taxa de juros. Ele, porém, se mostra bastante otimista com uma valorização dos FIIs, quando a Selic entrar em queda. 

“Já existem projeções de queda de juros no começo do ano que vem, e aí os FIIs devem se recuperar de uma forma bastante rápida e voltando a patamares justos, com bons índices de rentabilidade para o cotista e uma renda também mais equilibrada”, destaca. 

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa Selic em 15% ao ano em sua última reunião, e prevê permanecer com esse patamar por um período prolongado, mas especialistas começam a enxergar espaço para uma baixa num futuro não tão distante. 

Um dos argumentos para a avaliação de que as cotas estão abaixo do valor correto é que o setor imobiliário continua resiliente, aponta o CEO da Housi. “Estamos nos menores estoques históricos, isso porque nós temos um mercado que tem uma demanda muito, muito grande, capaz de absorver tudo aquilo que é lançado e produzido”. 

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Novos segmentos de FIIs

Além da oportunidade no preço das cotas, Lafer aponta que o setor de FIIs tem se reinventado e evoluído, com fundos de diferentes focos, de entretenimento até o setor residencial. Este último que é a área de atuação da Housi, e do seu fundo, o HOSI11.

“Acreditamos que o residencial é o mais resiliente. Tem uma demanda praticamente infinita, com as pessoas migrando cada vez mais para a locação. Um terço dos imóveis no Brasil já são locados, esse número continua subindo pela pressão da demanda”, afirma ele. 

Assim, Lafer acredita que há uma oportunidade para os FIIs, ainda mais por suas características tributárias, de ser um veículo de investimento isento de imposto de renda. 

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Perda da isenção do IR

A discussão em torno da isenção do imposto de renda em investimentos costuma surgir de tempos em tempos, e o fundos imobiliários não estão fora do debate. Lafer afirma que se houver algum tipo de taxação na classe de ativo, isso tende a impactar as cotas dos FIIs, “embora eles tenham uma resiliência muito grande, sendo investimento seguro, investimento lastreado, que tem liquidez em bolsa”. 

“Mas acredito que o governo tenha consciência de como eles são importantes para financiar, para trazer recursos para o setor imobiliário que emprega tanta gente, que gera tanta riqueza no Brasil. Então, acreditamos que a isenção seja preservada”, completa. 

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