Brazil Potash celebra listagem de BDRs na B3

A Brazil Potash, empresa de exploração de potássio, iniciou nesta segunda-feira (26) as negociações de seu BDR patrocinado na B3, negociado sob o código GROP31. A companhia, com sede em Toronto e capital aberto na bolsa de Nova York, está na fase de implementação do Projeto Potássio Autazes, para a extração de silvinita, minério crítico para a produção do fertilizante de potássio.

A partir de agora, portanto, investidores brasileiros terão a possibilidade de investir na companhia através desses ativos, da mesma forma que investem em ações locais e em real.

“Esse projeto vai fazer a diferença para agronegócio brasileiro. Hoje, mais de 95% do potássio [usado no Brasil] é importado, além de outros fertilizantes. Vamos reduzir essa dependência em torno de 20%”, afirmou Adriano Espeschit, presidente da Potássio Brasil, durante o toque de campainha na B3.

Quando a construção do Projeto Potássio Autazes for concluída, a propriedade incluirá um local de mina, uma planta de processamento, um porto e outras instalações gerais. Quando as operações estiverem em plena capacidade, a expectativa é de extrair até aproximadamente 9,4 milhões de toneladas de minério de potássio por ano.

“Esse lançamento reforça a capacidade da B3 em financiar empresas de mineração no Brasil. Somos mais do que uma bolsa, somos parceiros estratégicos dessas empresas em suas jornadas de investimento”, disse Flavia Mouta, diretora de Emissores da B3.

Em entrevista ao B3 Bora Investir, o CEO da Brazil Potash, Matt Simpson, comentou a importância do projeto para o país e os motivos que levaram a empresa a listar seus BDRs na B3.

Bora Investir: Qual a importância de listar o BDR da Brazil Potash aqui na B3 e como isso se alinha com os objetivos estratégicos da empresa?

Matt Simpson:  A Brazil Potash está construindo um novo projeto de potássio no Brasil e o setor agrícola no Brasil contribui com cerca de US$ 167 bilhões em exportações. É um setor muito importante, mas o Brasil importa 98% do seu potássio, enquanto potencialmente o segundo maior depósito do mundo está em seu território. Permitir que os brasileiros possam investir diretamente na Brazil Potash através da B3 é crucial, pois isso contribuirá para a economia, tanto pela criação de empregos quanto pelo aumento do PIB.

Bora Investir: E por que a empresa decidiu fazer essa listagem agora?

Matt Simpson: Nós temos ações listadas na Bolsa de Valores de Nova York e sempre achamos que seria importante ter uma listagem secundária no Brasil. A B3 agora permite que todos no Brasil que desejam comprar ações o façam de forma mais fácil.

Bora Investir: O que a Brazil Potash espera alcançar ao aumentar a visibilidade e acessibilidade para os investidores brasileiros?

Matt Simpson: Esperamos aumentar o volume diário de negociação das ações e também sustentar o aumento do preço das ações, porque os brasileiros entendem muito bem seu país e devem perceber que este é um projeto muito importante a ser construído.

Bora Investir: Quais são os principais objetivos da Brazil Potash nos próximos cinco anos?

Matt Simpson: O objetivo é construir o projeto e colocá-lo em operação. Já começamos alguns trabalhos preliminares no local, e agora buscamos levantar os fundos necessários para o projeto.

Bora Investir: Você mencionou que o Brasil é o maior importador de potássio globalmente. Qual o papel da produção doméstica no apoio ao setor agrícola aqui no Brasil?

Matt Simpson: O Brasil importa cerca de US$ 25 bilhões em fertilizantes, sendo que isso é principalmente potássio, nitrogênio e fosfato. O país importa 85% de suas necessidades de fertilizantes e há um plano nacional que visa reduzir isso para 45% até 2050, com metas de produção doméstica que incluem alcançar 2,2 milhões de toneladas de potássio até 2030 e 6,6 milhões de toneladas até 2050. A Brazil Potash é o único novo projeto de desenvolvimento no Brasil, então esse projeto é vital para garantir o fornecimento desse nutriente essencial para produzir alimentos.

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