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2,6 milhões de brasileiros estão há mais de dois anos sem trabalhar

A taxa de desemprego no Brasil recuou em seis das 27 unidades da federação no 3º trimestre e ficou estável em outras 21. No país, taxa foi de 8,7%

Brasil abre 159 mil empregos formais em outubro, abaixo do esperado
A economia brasileira gerou 159.454 vagas formais – uma piora em relação ao mês anterior. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A taxa de desemprego no Brasil recuou em seis das 27 unidades da federação no 3º trimestre, em relação ao anterior. Enquanto o índice nacional caiu de 9,3% para 8,7% no mesmo período, 21 unidades da federação permaneceram com o desemprego estável. Apesar do resultado, ainda há 2,6 milhões de brasileiros – ou 27,2% do total de desempregados – que procuram uma vaga de trabalho há mais de dois anos.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral foram divulgados nesta quinta-feira, 17/11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“No segundo trimestre, a taxa de ocupação havia caído 1,8 ponto percentual, com disseminação da queda por 22 unidades da federação. Já no terceiro trimestre, a queda foi menos intensa, de 0,6 p.p., e isso repercutiu nos resultados locais, por estado”, explica a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Esse desemprego, chamado de longa duração, se consolida em patamares elevados no país. No terceiro trimestre de 2021, a parcela dos desempregados que buscavam uma vaga há dois anos ou mais era de 24,9%. Em 2015, era de 16,9%.

Os brasileiros em busca de trabalho entre um mês e menos de um ano chegou a 44,5%. Para 11,7%, a procura por emprego estava durando de um ano a menos de dois anos. Cerca de 16,6% estavam à procura de uma vaga há menos de um mês.

Desemprego nos Estados

As seis unidades da federação que tiveram redução na taxa de desemprego no 3º trimestre em relação ao anterior foram:

Rondônia: 5,8% para 3,9% (-1,9 p.p.)

Acre: 11,9% para 10,1% (-1,8 p.p.)

Ceará: 10,4% para 8,6% (-1,8 p.p.)

Maranhão: 10,8% para 9,7% (-1,1 p.p)

Minas Gerais: 7,2% para 6,3% (-0,9 p.p)

Paraná: 6,1% para 5,3% (-0,8 p.p.)

As maiores taxas de desocupação estão na Bahia (15,1%), Pernambuco (13,9%) e Rio de Janeiro (12,3%). Já as menores em Rondônia (3,9%), Mato Grosso (3,8%) e Santa Catarina (3,8%).

No Estado de São Paulo, o desemprego ficou em 8,6% no 3º trimestre, frente a 9,2% no segundo. Segundo o IBGE, a taxa ficou estatisticamente estável.

Entre os 10 estados com maior taxa de desemprego, seis são do Nordeste (Bahia, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas).

Desemprego nas regiões

No 3º trimestre, houve queda na taxa de desemprego em todas as regiões do país. O Nordeste registrou a maior taxa e o Sul, a menor.

Nordeste: 12%

Sudeste: 8,7%

Norte: 8,2%

Centro-Oeste: 6,5%

Sul: 5,2%

Mulheres, pretos e pardos

A taxa de desemprego por sexo ficou em 11% para as mulheres e 6,9% para os homens. Portanto a desocupação das mulheres é 59,4% maior que a dos homens.

“A taxa de desocupação caiu tanto entre os homens quanto entre as mulheres, mas a distância entre eles vem aumentando, com as mulheres tendo um percentual bem superior ao dos homens”, destaca Adriana Beringuy.

O desemprego entre os pretos (11,1%) e pardos (10%) foi maior que a média nacional (8,7%) no 3º trimestre. Já para os brancos ficou em 6,8%.

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