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Big Mac subiu quase o dobro da inflação do Brasil em 3 décadas; entenda o IPCA

Alta de preço do Big Mac está em linha com o aumento de inflação de alimentos no Brasil nas últimas décadas

Com ISTOÉ Dinheiro

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Uma imagem comparando o preço do Big Mac com o IPCA viralizou nas redes. Mas será que faz sentido questionar os dados oficiais da inflação do Brasil?

Entre 1998 e 2025, a inflação do Brasil – mensurada pelo IPCA – saltou 385%. Todavia, o Big Mac saltou 778% nessa janela de tempo – mais do que o dobro da inflação do período. No fim da década de 1990, o sanduíche custava R$ 2,95, saltando para atuais R$ 25,90. O que explica essa discrepância?

Primeiramente, é preciso entender que o IPCA é um índice amplo que mede a inflação de centenas de itens e grupos, como habitação, transportes, saúde e alimentos. O índice é uma média ponderada desses subgrupos, que podem subir mais ou menos que outros e impactar o índice em diferentes níveis.

Quando se olha a inflação do subgrupo de alimentos, que obviamente contempla sanduíches, a alta de preços foi de 562% desde 1998, também muito acima do IPCA, sendo o subgrupo que teve a maior alta de 98 para cá, segundo dados do IBGE. Outros subgrupos tiveram inflação consideravelmente menor, como habitação (391%), vestuário (306%), e saúde (427%).

Desta forma, a alta de preço do Big Mac está em linha com o aumento de inflação de alimentos no Brasil nas últimas décadas, que subiu acima do IPCA no período.

Além disso, vale destacar que o salário mínimo também mostra uma perspectiva diferente para a alta dos preços do Big Mac nas últimas 3 décadas.

Em 1998, o salário mínimo era de R$ 130, que era suficiente para comprar 44 Big Mac’s. Atualmente o salário mínimo é de R$ 1.518, sendo suficiente para comprar mais Big Mac’s – um total de 58 sanduíches.

Procurado pela Istoé Dinheiro, o McDonald’s não comentou o assunto.

Índice Big Mac

Além da relação entre IPCA, alimentos e o Big Mac, vale lembrar que, mesmo informalmente, o produto em questão é utilizado como um indicador econômico internacional.

A revista britânica The Economist criou o Índice Big Mac, que mede o poder de compra de diferentes moedas com base no preço do sanduíche em cada país. O índice parte da teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC), que sugere que produtos idênticos deveriam ter preços similares quando convertidos para a mesma moeda.

Na edição de 2025 do Índice Big Mac, o preço do sanduíche nos Estados Unidos foi de US$ 5,79, enquanto no Brasil foi de R$ 23,90. Segundo esse indicador, o real está 30,5% desvalorizado em relação ao dólar.

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