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“Com autonomia, agenda institucional do BC deve se dar de forma mais colegiada”, diz Galípolo

Diretor de política monetária do BC comentou sua expectativa para a transição ao novo presidente

Qual o principal desafio para o próximo presidente do Banco Central? Foi essa a primeira pergunta feita ao diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, apontado por muitos como o sucessor de Roberto Campos Neto ao cargo. Assim como em outros momentos, o diretor reiterou que a escolha do próximo presidente do BC depende do presidente Lula. No entanto, comentou o que espera da transição e dos próximos anos para a autoridade monetária.

“A tendência é que, com autonomia, aquilo que é a agenda institucional e a governança do BC vai se dar de forma mais colegiada”, afirmou. Ele comentou também que apesar das especulações sobre as mudanças com um novo presidente, “ainda que exista uma alternância, seis diretores que estão lá vão permanecer, e já é conhecido como eles vêm votando e as opiniões que vêm expressando”.

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“Talvez seja um pouco novo isso, o como vai se dar essa alternância de diretores, mas realmente espero que daqui a alguns anos, a gente possa dizer que a politica monetária depende mais do arcabouço legal do BC do que das idiossincrasias de quem foi indicado”, disse em evento da Warren em São Paulo nesta tarde (12/08).

O que esperar da Selic?

Galípolo também foi questionado sobre quais os próximos passos da política monetária, e deixou claro que a possibilidade de alta da Selic não foi descartada.

“Existe uma série de variáveis que vem nos preocupando”, afirmou, destacando a desancoragem das expectativas de inflação e o mercado de trabalho, que tem mostrado resiliência. “A gente vai seguir olhando os dados, não existe um único dado”, disse.

Reação do BC à política fiscal

Em fala seguida a do ministro da Fazenda, Galípolo comentou também sua visão sobre a trajetória da política fiscal no Brasil. Ele reforçou, entretanto, que o BC tem uma função de reação quanto à política fiscal, “seja pelo impacto, seja na inflação corrente, seja nas expetativas”.

“O desejo é ter a política fiscal e monetária trabalhando na mesma direção, mas esse é um desejo enquanto economista. Enquanto BC, a gente vai perseguir a meta [de inflação]”, afirmou.

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