Criação de vagas nos EUA vem acima do esperado; desemprego cai
A economia americana criou 223 mil empregos em dezembro – o que aponta para um mercado de trabalho forte mesmo diante da alta nos juros
A economia dos Estados Unidos manteve um forte ritmo na criação de empregos em dezembro. O avanço veio apesar das constantes altas de juros pelo Federal Reserve (Fed) para conter a inflação em 2022. No entanto, os ganhos salariais esfriaram no último mês do ano passado, o que pode abrir espaço para o banco central americano desacelerar o aumento nas taxas de juros e evitar uma recessão.
No último mês do ano passado, foram abertas 223 mil vagas, segundo o Departamento do Trabalho em seu relatório de emprego (Payroll) divulgado nesta sexta-feira, 06/01. O resultado veio acima das 200 mil vagas estimadas pelos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”. Os dados de novembro foram revisados para baixo – de 263 mil para 256 mil.
Em 2022, a economia americana criou 4,5 milhões de vagas de trabalho – resultado bem menor dos 6,7 milhões no ano anterior. Na média, foram 375 mil empregos abertos. Os ganhos foram liderados por saúde e assistência social, lazer e hotelaria e construção.
“O estado do mercado de trabalho é fundamental para a política monetária, já que o baixo nível de emprego e o aumento dos salários tendem a pressionar a inflação de serviços, que continua elevada. Os membros do Fed repetiram em comunicações recentes que desejam ver alguma folga no mercado de trabalho antes de parar de aumentar as taxas de juros”, explicou a equipe da XP em seu Morning Call.
Desemprego e salários
A taxa de desemprego ficou em 3,5% em dezembro, menor que os 3,7% do mês anterior. Os Estados Unidos têm 5,7 milhões de desocupados, segundo o Departamento de Trabalho.
O salário por hora média trabalhada subiu para 4,6% em dezembro, de acordo com dados anualizados. O valor representa uma desaceleração na comparação com novembro (+5,1%).
Inflação na Europa
A inflação na zona do Euro deve ser menor no último mês de 2022. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou alta de 9,2% na leitura preliminar de dezembro, ante os 10,1% em novembro. Os dados anualizados foram divulgados nesta sexta-feira, 06/11 pelo Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia. O resultado ficou abaixo do previsto pelos economistas.
A energia segue como a principal vilã, embora o grupo tenha desacelerado para uma alta anual de 25,7% em dezembro, após avançar 34,9% em novembro e 41,5% em outubro. Para o economista da XP, Francisco Nobre, a queda aponta para uma desaceleração na inflação da zona do Euro ainda neste ano.
“Isso [desaceleração da inflação] também marcou a segunda queda na variação anual após ter aumentado por 16 meses consecutivos, o que sugere que a inflação provavelmente atingiu o pico em outubro. No geral, a queda foi impulsionada principalmente pela flexibilização adicional dos preços de energia, e esperamos que o processo desinflacionaria avance ao longo do ano”, explica.
O grupo comida, álcool e tabaco subiu 13,8% em dezembro, ante 13,6% em novembro. Os bens industriais não-energéticos avançaram 6,4% no último mês, contra 6,1%. E os serviços tiveram alta anual de 4,4% em dezembro, ante 4,2% em novembro.
Varejo na zona do Euro
As vendas do varejo voltaram a avançar em novembro. Subiram 0,8%, ante uma queda de 1,5% em outubro. O número veio acima das projeções do mercado, que esperavam uma alta menos expressiva, de 0,5%.